segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Hollande: "Estamos perto da saída da crise na UE, mas..."

Presidente francês diz que falta "tomar decisões sobre os países que querem ter acesso ao financiamento do Mecanismo Europeu de Estabilidade". Já Laurent Fabius garante: "Nem Portugal nem qualquer outro país sairão do euro".

Daniel Ribeiro, correspondente em Paris (www.expresso.pt)
17:55 Segunda feira, 29 de outubro de 2012
Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, e François Hollande falam aos jornalistas no final da 'cimeira' onde foi debatida a crise europeia
Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, e François Hollande falam aos jornalistas no final da 'cimeira' onde foi debatida a crise europeia
Bertrand Langlois/EPA
10 4
 
O chefe de Estado francês afirma ser preciso "tomar decisões sobre a Grécia e outros países que querem aceder ao financiamento do Mecanismo Europeiu de Estabilidade".
François Hollande proferiu estas declarações numa conferência de imprensa, hoje à tarde, em Paris, no termo de uma "cimeira" com responsáveis das cinco principais organizações económicas internacionais - Christine Lagarde (Fundo Monetário Internacional), Jim Yong Kim (Banco Mundial), Pascal Lamy (Organização Mundial do Comércio), Guy Rider (Organização Internacional do Trabalho) e Angel Gurria (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico).
Relativamente otimista sobre a crise na Europa, o Presidente francês disse que as recentes resoluções da União Europeia sobre o papel do Banco Central Europeu, o pacto de crescimento, a União Bancária e as regras do Tratado Orçamental Europeu vão "no bom caminho".
"Com estas medidas, a zona euro está a caminho da saída da crise, mas ainda não chegámos ao fim porque é preciso tomar decisões sobre a Grécia e outros países que querem ter acesso ao financiamento do Mecanismo Europeu de Estabilidade", explicou François Hollande.

Decisão sobre a Grécia nos próximos dias


Sobre a Grécia que, aparentemente, é a principal preocupação das instituições internacionais, o chefe de Estado francês garante que serão tomadas decisões muito brevemente. "Nos próximos dias conheceremos o relatório da troika sobre o país, a seguir haverá uma reunião do Eurogrupo e, depois de termos todos os dados, avançaremos com decisões", disse.
Quanto à necessidade de serem combatidos os défices nos diferentes países da zona euro, François Hollande lembra que "cada país tem os seus compromissos, alguns estão a fazer esforços consideráveis e cada um deve fazer o seu esforço de forma compatível com a sua situação porque cada país conhece realidades diferentes".
Mas Hollande não é, claramente, a favor de um tratamento de austeridade puro e duro em toda a zona euro. "Embora seja necessária seriedade orçamental e disciplina, sublinho que o esforço deve ser compatível com cada situação e também deverão ser tomadas medidas para apoiar o crescimento e combater o desemprego".

"Ir buscar o crescimento onde ele está" - Pascal Lamy


"Não se pode deixar apenas os mercados a resolver a crise porque se assim acontecer ela vai perpetuar-se no tempo, temos necessidade de criar mecanismos de regulação", acrescentou François Hollande.
Já Pascal Lamy, da Organização Mundial do Comércio, considera que neste momento a ligação entre "crescimento, competitividade e emprego constituem o problema maior da França e da Europa". "Nos próximos cinco anos, a forma de criar empregos na Europa é ir buscar o crescimento onde ele está, ou seja aos países emergentes", explica Lamy.
No que respeita à situação interna em França, o Presidente Hollande garante manter o objetivo de reduzir o défice para 3% do PIB até ao fim de 2013, porque no seu entender "a situação do país o permite". E anunciou igualmente que em novembro serão divulgadas decisões, com incidência nos próximos cinco anos, sobre a competitividade da França.

"Nenhum país sairá da zona euro" - Laurent Fabius


Na conferência de imprensa, depois de uma reunião de três horas e de um almoço, na sede da OCDE, participaram todos os líderes das cinco organizações internacionais, com exceção de Christine Lagarde, do FMI, cuja ausência foi justificada com "outros compromissos".
À margem da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, também revelava otimismo sobre o fim da crise na zona euro. "Nem Portugal nem qualquer outro país sairão da zona euro", declarou ao Expresso.
Na "cimeira" participaram ainda, pela França, além de Laurant Fabius, os ministros da Economia e Finanças, Pierre Moscovici, e do Trabalho, Michel Sapin.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/hollande-estamos-perto-da-saida-da-crise-na-ue-mas=f763173#ixzz2AihnFSzq

A SENHORA LAGARDE NÃO GOSTARÁ DE HOLANDE? ELA LÁ SABE PORQUÊ...
É ASSIM QUE UM PRESIDENTE DEVE FALAR E NÃO ESPERAR POR MILAGRES COMO OUTROS QUE POR AÍ ANDAM.

Sem comentários: