segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Um povo não são os "meus colaboradores". Ou os "meus empregados". Ou "os meus trabalhadores". Ou o "pessoal". Ou os "meus funcionários". O povo não são "meus" coisa nenhuma.

Vocês é que são deles.

Um povo não é uma abstracção a não ser na retórica política má. Não é o que está nas ruas, como pensam a esquerda e Passos Coelho e Gaspar, irmanados pela mesma ideia simples. É mais do que aquele que se manifesta, mas também é o que se manifesta.

Uma regra é que para cada um que dá a cara e o corpo na rua, "manifestando-se", dizendo que existe e o que quer e o que não quer, há cem que não foram, mas concordam, poderiam estar lá. Não é uma estatística brilhante para o Governo.

Para evitar que todos percebam que é assim, e minimizar o efeito devastador de uma rua à solta e hostil, não basta tentar "engolir" as manifestações "boas" e ignorar as "más", é preciso fazer alguma coisa mais. Se o Governo acha que a maioria dos portugueses está com ele, tem que apelar à "boa rua" contra a "má rua". É um clássico. Aliás, Passos Coelho sugeriu-o há algum tempo (pouco) com um apelo à "maioria silenciosa" numa intervenção em que ninguém reparou, nem sequer a "maioria silenciosa". Será que enche o Terreiro do Paço como os comunistas da CGTP?

Reflexão para um governante peculiar: quando o "melhor povo do mundo" me chama "gatuno", talvez seja melhor pensar duas vezes. Ou muito mais vezes. Talvez o "melhor povo do mundo" não seja assim tão bom. Vamos cauterizá-lo com impostos em nome do patriotismo, a ver se ele melhora e se mostra outra vez "paciente".

PP no BLOG ABRUPTO.

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