Um povo não são os
"meus colaboradores". Ou os "meus empregados". Ou "os meus trabalhadores". Ou o
"pessoal". Ou os "meus funcionários". O povo não são "meus" coisa nenhuma.
Vocês é que são deles.
Um povo não é uma abstracção a não ser na
retórica política má. Não é o que está nas ruas, como pensam a esquerda e Passos
Coelho e Gaspar, irmanados pela mesma ideia simples. É mais do que aquele que se
manifesta, mas também é o que se manifesta.
Uma regra é que para cada um
que dá a cara e o corpo na rua, "manifestando-se", dizendo que existe e o que
quer e o que não quer, há cem que não foram, mas concordam, poderiam estar lá.
Não é uma estatística brilhante para o Governo.
Para evitar que todos
percebam que é assim, e minimizar o efeito devastador de uma rua à solta e
hostil, não basta tentar "engolir" as manifestações "boas" e ignorar as "más", é
preciso fazer alguma coisa mais. Se o Governo acha que a maioria dos portugueses
está com ele, tem que apelar à "boa rua" contra a "má rua". É um clássico.
Aliás, Passos Coelho sugeriu-o há algum tempo (pouco) com um apelo à "maioria
silenciosa" numa intervenção em que ninguém reparou, nem sequer a "maioria
silenciosa". Será que enche o Terreiro do Paço como os comunistas da CGTP?
Reflexão para um governante peculiar: quando o "melhor povo do mundo" me
chama "gatuno", talvez seja melhor pensar duas vezes. Ou muito mais vezes.
Talvez o "melhor povo do mundo" não seja assim tão bom. Vamos cauterizá-lo com
impostos em nome do patriotismo, a ver se ele melhora e se mostra outra vez
"paciente".
PP no BLOG ABRUPTO.
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