sábado, 3 de novembro de 2012

 
  • PS não «será muleta deste Governo» em caso algum, garante Seguro
    • O líder socialista disse esta noite de sexta-feira, numa reunião com militantes em Vila Nova de Gaia, que, "em nenhuma circunstância, o PS será muleta deste Governo, nem cúmplice da sua política de empobrecimento". António José Seguro acrescentou que essa "política tem levado o país para uma situação de pré-rutura social".
    "Nós avisámos, dissemos ao Governo que havia outro caminho, que a prioridade devia ser dada ao crescimento económico e ao emprego, conciliando-a com o rigor e com a disciplina orçamental. Mas o Governo sempre ignorou as propostas do PS", afirmou Seguro, questionando:"Porque é que agora, de um momento para o outro, o Governo se lembra do PS, diz que precisa muito do PS e quer que o PS colabore".

    O dirigente socialista afirmou que "há mais de um ano" que o Governo está a executar a sua política de austeridade custe o custar, a qualquer preço, executou-a, enviou para Bruxelas o documento de estratégia orçamental nas costas do Parlamento e sem ouvir o PS, não falou quanto devia e como devia na Europa para defender os interesses portugueses.

    O Governo "procedeu a cinco atualizações do memorando (de entendimento assinado com a 'troika') sem ter em conta as posições do PS e agora é que vem pedir ajuda ao PS?", questionou.

    "Ainda esta semana fomos surpreendidos por um conselheiro de Estado e ex-presidente do PSD (Marques Mendes) a dizer que já estava tudo em marcha, que o FMI já cá estava, que já se sabia onde eram os cortes, nas funções institucionais do Estado, na educação, na saúde e na proteção social. Isto é sério? Em que país é que o primeiro-ministro julga que está viver?", perguntou Seguro.

    Depois de prometer que o seu partido vai ser "intransigente" na defesa do Estado social e das suas funções, Seguro considerou que "quando o primeiro-ministro e a direita vêm falar de despesa dá a ideia de que é despesa má, mas não, estão a falar de deixar milhares de portugueses para trás".

    "Deixar para trás", especificou, significa "sem acesso a cuidados de saúde, à educação e ao mínimo de proteção social".

    "O PS tem no seu ADN a coesão social e a promoção do combate às desigualdades sociais. Por isso, queria assegurar-vos que o PS estará na primeira linha para evitar que o Estado social tenha um ataque, venha ele de onde vier", salientou, acrescentando que "o PS é um partido de diálogo".

    "Mas qualquer que seja o diálogo em que o PS estiver, será sempre acompanhado pela firmeza das nossas convicções e pela defesa das nossas propostas em defesa do Estado social e dos portugueses que mais precisam", completou Seguro.

    O dirigente máximo socialista reafirmou que o partido tem "uma alternativa" e referiu que Portugal precisa de "mais tempo e de juros mais baixos", para estabilizar e pagar a sua dívida externa.

    "Com esta receita, Portugal pode encontrar uma saída para a crise, um caminho alternativo que seja percorrido de uma forma sustentada", afirmou.

    "É este caminho que começamos a percorrer há mais de um ano e que a realidade nos tem vindo a dar razão. É este caminho que começar a criar na Europa um consenso e que mais cedo ou mais tarde conquistará maioria do povo português", reforçou Seguro

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