Por Liliana Valente, publicado em 5 Nov 2012 - 03:10 | Actualizado há 7 horas 29 minutos
Líder do PS diz que partido apresenta alternativas para garantir a “coesão social”. Comissão Política reúne-se hoje
António José Seguro aceita sentar-se à mesa com Passos Coelho para falar da refundação do Memorando da troika, mas rejeita um acordo para cortar no Estado social e ser cúmplice na criação de um Estado low-cost. O líder do PS aceita “dialogar” institucionalmente com o governo, disse ao i fonte próxima de Seguro. Essa disponibilidade foi demonstrada a Passos Coelho na carta que o secretário-geral do PS lhe enviou na sexta-feira.
Depois do taxativo “não”, que deu ao governo, de fazer parte do plano que vai definir o corte de quatro mil milhões de euros na despesa pública até 2014, desde o final da semana passada que Seguro mostrou abertura, mais que não seja, para aquilo a que chamou “diálogo institucional”. Ou seja, o líder socialista até aceita ouvir os argumentos do governo no “diálogo normal entre governo e oposição”, diz ao i fonte socialista, mas dificilmente entrará numa negociação para a redefinição das funções do Estado social como pretende o primeiro-ministro. Até porque para Seguro, com este corte nas despesas com a Educação, Saúde e prestações sociais está em causa a “coesão social” e Portugal fica numa posição de “pré-ruptura” social. Este é aliás o tema central do debate que os socialistas vão fazer esta noite na comissão política nacional.
Ontem, no encerramento do congresso da Juventude Socialista – onde foi eleito o novo secretário-geral da JS, João Torres –, o líder do PS insistiu na mensagem que os socialistas não vão ser “cúmplices” na criação de um “Estado low-cost” para os portugueses porque, disse, acima de tudo “não é um exercício de contabilidade, é uma opção política determinante para o futuro de Portugal”. “A protecção social não é um capricho dos socialistas, mas uma necessidade de toda a sociedade portuguesa” que tem como principal papel a manutenção da paz e da coesão social. O alerta de Seguro é dado a poucos dias de duas manifestações “de risco”: a primeira no dia 12 por causa da visita da chanceler Angela Merkel a Portugal; e a segunda, dois dias depois, com a greve geral convocada pela CGTP.
Se é certo que na conversa que aceita ter com o primeiro-ministro, o secretário-geral do PS não vai contribuir para a redefinição das funções do Estado social – o ponto central do desafio lançado por Passos –, é também certo que vai insistir em dois pontos: a necessidade de políticas de crescimento e a necessidade de Portugal lutar lá fora por uma revisão das metas e dos juros cobrados.
Além destas propostas, Seguro vai apresentar mais algumas medidas como a criação de uma linha de crédito para as pequenas e médias empresas, o uso dos fundos estruturais para programas de reabilitação urbana de modo a preservar as empresas de construção civil, a redução dos custos de energia e a criação de um banco público de fomento. Esta última ideia, aliás, merece consenso com o executivo que já lançou um grupo de trabalho para estudar as bases do novo banco.
Do lado do executivo há esperança que este “diálogo institucional” se alastre para outro tipo de negociações. O executivo está já a estudar com técnicos do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial a constituição da despesa pública para que apresente um plano de redução dos gastos do Estado em quatro mil milhões de euros nos próximos meses (entre a sexta avaliação que começa no final deste mês e a sétima que começa em Fevereiro).
A SER VERDADE ESPERO PELO QUE VAI SAIR HOJE DA COMISSÃO POLITICA NACIONAL DO PS.
O PS TEM DE APRESENTAR AS LINHAS GERAIS DE UMA POLTICA ALTERNATIVA E POR FORMA QUE TODA A GENTE PERCEBA.
OS TEMPOS DE OS SOCIALISTAS ALINHAREM COM A DIREITA NEOLIBERAl, A ECONOMIA DE MERCADO SELVAGEM E A PRIVATIZAÇÃO DO ESTADO DEU NO QUE DEU:UMA EUROPA SEM RUMO E SEM LIDERES.
Sem comentários:
Enviar um comentário