quarta-feira, 11 de setembro de 2013



Barroso: Portugal é exemplo de que recuperação económica "está à vista"

Durão Barroso aponta Portugal como exemplo de que a receita europeia para sair da crise está a funcionar e diz que cabe aos governos evitar instabilidade política, a maior ameaça à recuperação económica.
Daniel do Rosário, enviado a Estrasburgo
Este foi o último discurso de Durão Barroso sobre o Estado da União EPA Este foi o último discurso de Durão Barroso sobre o Estado da União
A recuperação económica "está à vista" para a Europa, mas a crise ainda não acabou e os governos têm que cumprir a sua "função" que é a de assegurar estabilidade política, disse hoje Durão Barroso, em Estrasburgo, no plenário do Parlamento Europeu (PE).
Naquele que foi o seu último discurso sobre o Estado da União antes das eleições europeias de Maio de 2014, o presidente da Comissão Europeia dedicou grande parte da sua intervenção de 40 minutos a defender o que a Europa fez para ultrapassar a crise que, recordou, teve início com a crise financeira desencadeada nos Estados Unidos "há exactamente cinco anos", recordou.
Durão passou em revista os últimos indicadores económicos relativos aos países "mais vulneráveis" (Espanha, Irlanda, Portugal, Grécia e Chipre) para concluir que "a recuperação está à vista para a Europa", mas apelando ao realismo na análise: "não sobrestimemos os resultados positivos, mas também não subestimemos o que foi feito".
Em relação a Portugal, o ex-primeiro-ministro apontou o défice da balança corrente ("que era estruturalmente negativo, deverá agora estar globalmente equilibrado") e o crescimento económico ("está a retomar, depois de muitos trimestres no vermelho") para reforçar o lado positivo da análise, mas também para alertar para os riscos de um optimismo precipitado: "é claro que temos que permanecer vigilantes, uma andorinha não faz a primavera, nem sequer um belo dia. E um bom trimestre não significa que já deixámos o mau tempo económico. Mas é claro que estamos na direcção certa. Com base nos dados e evoluções que agora vemos, temos boas razões para estar confiantes".
Mais à frente, Barroso identificou o que considera ser a maior ameaça "neste momento de frágil recuperação": "o maior risco que vejo é político, de falta de estabilidade, falta de determinação e perseverança". Sem identificar o destinatário do recado, o presidente da Comissão evocou o passado recente para afirmar que "qualquer coisa que lance dúvidas sobre o compromisso de um governo efectuar reformas é instantaneamente punida". E concluir que "nesta fase da crise a função dos governos é assegurar a certeza e previsibilidade de que os mercados ainda gostam".
Durão não se referiu a nenhum país em particular, mas a crise política de Julho em Portugal permanece bem fresca nas memórias e a imprevisível situação em Itália continua a ser motivo de preocupação.
Este foi a último discurso de Durão Barroso sobre o Estado da União antes das eleições europeias de Maio do próximo ano. Um pretexto evocado várias vezes por Barroso para mobilizar os que se dizem adeptos do projecto europeu para a defesa daquilo que a Europa tem feito pelos cidadãos: "os cidadãos não se deixarão convencer apenas com retórica e promessas, mas com um conjunto concreto de realizações comuns. Temos que mostrar as muitas áreas em que a Europa resolveu problemas para os cidadãos. A Europa não é a causa dos problemas, a Europa é parte da solução".
 
COM TANTA AUSTERIDADE, A ECONOMIA MORTA, O DESEMPREGO ALARMANTE, OS REFORMADOS A PAGAR A CRISE, AS FALÊNCIAS A SUBIR, O DÉFICE SUBINDO, A DIVIDA EM VALORES INCOPORTÁVEIS, E PORTUGAL É UM EXEMPLO?
SÓ PORQUE HÁ ELEIÇÕES. MAIS UMA AJUDINHA SENHOR BARROSO.
IMPOR UM NEOLIBERALISMO SELVAGEM VAI DAR MAU RESULTADO.

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