sexta-feira, 6 de dezembro de 2013


A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada na quinta-feira à noite pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, motivando de imediato reações de pesar a nível mundial
PCP e BE lembraram hoje no parlamento que Portugal, então governado por Cavaco Silva, votou contra em 1987 uma resolução das Nações Unidas para a libertação de Nelson Mandela.
A Assembleia da República aprovou hoje por unanimidade um voto subscrito por todos os grupos parlamentares e pela presidente, Assunção Esteves, ao qual o Governo se associou, com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, em que expressa "profundo pesar" ao povo e autoridades sul-africanas pela "perda de um estadista universal" e envia condolências à família, em particular, à viúva, Graça Machel.
No período reservado às intervenções dos partidos, o deputado comunista António Filipe defendeu que "a reconciliação pela qual Mandela tanto lutou não pode ser ocultação da história, porque a história tem que ser conhecida precisamente para que não se repita".
"Em 1987 quando a Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou uma resolução exigindo a libertação incondicional de Nelson Mandela, essa resolução teve 3 votos contra, apenas três votos contra, esses votos contra foram dos Estados Unidos, de Ronald Regan, do Reino Unidos, de Margaret Thatcher, e de Portugal, de Cavaco Silva", afirmou.
No mesmo sentido, a deputada do BE Helena Pinto afirmou que "em 1987 Portugal esteve do lado errado, votou contra a libertação incondicional de Nelson Mandela".
A deputada bloquista sublinhou, tal como António Filipe havia feito, que o antigo presidente da África do Sul e líder histórico do ANC foi condenado a prisão perpétua, tendo estado preso 27 anos, "considerado terrorista, porque, pela liberdade e pela dignidade do seu povo, nunca hesitou, nem mesmo quando foi preciso pegar em armas".
Os deputados do PCP e do BE foram aplaudidos por uma parte substancial dos deputados da bancada do PS.
O deputado do PSD António Rodrigues recordou como Nelson Mandela, num espírito de "candura, de uma forma quase discreta" atuou após o fim do ‘apartheid', considerando que "encarna em si o exemplo de um verdadeiro cidadão do mundo".
"Fez país, fez um Estado e fez Humanidade", declarou.
O líder parlamentar do PS, Alberto Martins, afirmou que Mandela deu "um rosto" à "liberdade, ao combate ao racismo e combate ao ‘apartheid', pela democracia e a tolerância" e recordou, como, relativamente à questão de Timor, Nelson Mandela "mais uma vez esteve do lado certo da história"
"Foi um herói cívico universal, que em si sintetiza o melhor da dignidade humana e da liberdade", disse.


É BOM LEMBRAR AS POSIÇÕES DE CERTOS POLÍTICOS QUE AGORA CHORAM A MORTE DE MANDELA.

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