domingo, 8 de dezembro de 2013

Portugal regressou na sexta-feira ao "clube" das economias com mais alta probabilidade de entrar em incumprimento da sua dívida soberana, segundo dados da S&P Capital IQ. Neste momento, há três países membros da zona euro nesse grupo: Chipre, na 3ª posição (com mais de 50% de risco); Grécia no 8º lugar (com mais de 33% de risco); e Portugal no último lugar do grupo.
A probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa subiu para 26,87% desalojando El Salvador que ocupava a 10ª posição. O custo dos credit default swaps (derivados financeiros que funcionam como seguros contra o risco de default) a cinco anos subiu de 341,40 pontos base em 29 de novembro para 361,8 pontos base no fecho de 6 de dezembro. Portugal saíra do "clube" no início de novembro.
A trajetória das yields da dívida portuguesa no mercado secundário foi de subida no caso das obrigações do Tesouro (OT) nos prazos a cinco e a dez anos. Nas OT que servem de referência, no prazo a 10 anos, as yields subiram de 5,84% em 29 de novembro para 6,008% a 6 de dezembro, segundo valores de fecho da Investing.com. No quadro dos países periféricos da zona euro foi a maior subida naquele período. Apenas as obrigações eslovenas viram as yields descer naquela maturidade (de 5,71% para 5,69%). As yields das obrigações irlandesas a 10 anos continuam a ser as mais baixas entre os países periféricos (registavam 3,57% no fecho de sexta-feira).
Como as yields dos Bunds - designação das obrigações alemãs que servem de referência - no prazo a 10 anos também subiram naquele período (de 1,697% para 1,847%), o prémio de risco da dívida portuguesa subiu ligeiramente, de 4,15 para 4,16 pontos percentuais (ou de 415 para 416 pontos base).
Recorde-se que, na semana que findou, a 3 de dezembro, o IGCP (a agência de gestão da dívida pública) realizou uma operação de troca de obrigações do Tesouro que venciam em junho e outubro de 2014 e em outubro de 2015 num montante superior a 6,6 mil milhões de euros que passaram a vencer em outubro de 2017 e junho de 2018. Esta troca de dívida junto dos seus detentores é considerada um primeiro passo no novo processo de regresso ao mercado obrigacionista, que havia sido interrompido em final de maio.
A próxima semana é marcada por uma reunião do Eurogrupo (ministros das Finanças da zona euro) em Bruxelas a 9 de dezembro, pela concretização ou não de um acordo orçamental no Congresso dos Estados Unidos (data limite a 13 de dezembro) e pela conclusão do programa de resgate na Irlanda (15 de dezembro).
A não obtenção de um acordo no Congresso norte-americano em torno da questão orçamental poderá colocar na ordem do dia o risco de novo shutdown da administração federal a partir de 6 de janeiro, quando os congressistas regressaram de férias.

SEMPRE A MELHORAR PARA SE AFUNDAR.


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