quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Para o ex-candidato à Presidência da República, “se fosse possível ou necessário decidir hoje”, optaria pelo programa cautelar
O antigo ministro Freitas do Amaral considerou hoje “natural” e “saudável” que o eleitorado mostre um cartão amarelo ao Governo nas eleições europeias, destacando a “aparente divergência” entre Presidente da República e Governo sobre o pós-'troika'.
Diogo Freitas do Amaral, ex-presidente do CDS, deu hoje à noite uma entrevista à RTP Informação, onde apelou ao Governo para que, “em vez de só deitar foguetes”, depois da saída do “programa infernal” da 'troika', faça “o jogo da verdade” e, de uma vez por todas, dê “o exemplo de uma enorme seriedade intelectual” e fale a verdade aos portugueses.
Questionado sobre as eleições europeias, o ex-ministro foi perentório: “eu acho natural e até acho, de certa maneira, saudável que o eleitorado mostre um cartão amarelo ao Governo, dizendo: eu bem sei que estas eleições não fazem cair governos, mas vocês ficam desde já a saber que nós não estamos satisfeitos”.
Sobre a forma como Portugal vai sair do programa de assistência financeira, Freitas do Amaral destacou “uma aparente divergência entre a posição do Presidente da República e a do Governo”, com o executivo a dar a entender que, “se puder, prefere uma saída limpa”, tendo já Cavaco Silva dito “várias vezes que o mais prudente é uma saída com programa cautelar”.
“Ambos sabem perfeitamente – muito melhor do que eu – que a decisão só pode ser tomada em abril ou maio. Mas a atitude que neste momento revelam já mostra de que lado está a prudência e o interesse nacional e de que lado está o eleitoralismo e o interesse partidário”, atirou.
Para o ex-candidato à Presidência da República, “se fosse possível ou necessário decidir hoje”, optaria pelo programa cautelar.
“Mas acho que é errado decidir hoje, porque, em três meses ou quatro, o mercado pode mudar imenso e várias vezes”, alertou.
Interrogado sobre se a proximidade às eleições europeias podem condicionar o Governo na decisão a tomar sobre o pós-'troika', Freitas do Amaral afirmou que “o mínimo que se tem de exigir ao Governo é que não faça nem promessas eleitoralistas, nem distribuição de dinheiros com fins eleitorais nem uma opção dessa delicadeza por razões eleitorais”.


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