quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Garcia Leandro

General reformado arrasa a ação de Aguiar Branco, que já lhe terá confessado "nada" perceber das Forças Armadas.
Carlos Abreu
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Garcia Leandro: "O ministro tem objetivos de reforma mas vem do Porto para Lisboa com desconfiança nos militares"Garcia Leandro: "O ministro tem objetivos de reforma mas vem do Porto para Lisboa com desconfiança n1
Quatro meses depois de ter tomado posse, o ministro de Defesa, Aguiar Branco, terá dito ao general Garcia Leandro que não percebia "nada" dos assuntos de Defesa.
"No primeiro contacto, ele [Aguiar Branco] disse-me, no dia 28 de outubro de 2011: sabe, isto é muito difícil para mim, porque se eu fosse ministro da Justiça era mais fácil, agora isto é uma coisa que eu não conheço", revela o antigo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo em entrevista à Antena 1.
E o general na reforma, de 73 anos, adianta mais detalhes do que lhe terá dito o ministro: "Aqui são as pessoas que vêm falar comigo, que me dizem o que tenho de fazer. Portanto, estou um bocadinho com os pés no ar. Mas, ao mesmo tempo, é muito bom, porque não percebendo nada disto tenho mais capacidade para fazer reformas", acrescentou à rádio pública.
A 28 de outubro de 2011, o ministro de Defesa presidiu à cerimónia de abertura do ano letivo do Colégio Militar, em Lisboa.

"Reforma tipo tsunami"


Na entrevista concedida à jornalista Maria Flor Pedroso na quarta-feira, dia 12, Garcia Leandro disse ainda que "o ministro da Defesa falha em tudo". E deu um exemplo: a "reforma tipo tsunami" no hospital das Forças Armadas que "não tem todas as valências e [Aguiar Branco] já fechou os outros hospitais".
"O ministro tem objetivos de reforma mas vem do Porto para Lisboa com desconfiança nos militares. Não há nenhum ministro que consiga fazer grandes reformas sem se dar bem com quem conhece aquilo [Forças Armadas]", acrescenta o general.
Sobre a concentração de militares, marcada para esta tarde, em Lisboa, pelas três associações de militares - oficiais, sargentos e praças - Garcia Leandro diz que não concorda com manifestações públicas de militares e que, por essa razão, nunca fez parte da Associação dos Oficiais das Forças Armadas.
"Gostaria de ver as associações a trabalhar com as chefias militares e as chefias militares a trabalhar com as associações", remata.
O Expresso já solicitou ao Ministério da Defesa que confirme (ou não) as declarações atribuídas por Garcia Leandro a Aguiar Branco, nas quais terá reconhecido "nada" perceber dos assuntos de Defesa, mas até ao momento não obteve resposta.

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