sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Os resultados do PIB para o último trimestre bateram as previsões do Governo e dos analistas, mas não impediram que a economia portuguesa registasse uma das piores recessões da sua História recente.
Os dados divulgados esta manhã pela estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelaram uma contracção do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,4% para a totalidade do ano. Um resultado conseguido através de um quarto trimestre muito positivo, que registou o primeiro crescimento homólogo desde o início de 2011.

No entanto, 2013 foi, ainda assim, um ano muito duro para a actividade económica. A recessão de 1,4% só foi ultrapassada por três vezes desde 1960, quando começa a série do INE. Apenas foi mais negativo logo a seguir à Revolução, em 1975 (-5,1%), em 2009 (-2,9%) e em 2012 (-3,2%).

O ano anterior foi o terceiro consecutivo de recessão para a economia portuguesa, depois de contracções de 3,2% e 1,3% em 2012 e 2011, respectivamente. Os esforços de austeridade impostos pelo Governo do PSD/CDS-PP, mas também do PS limitaram a despesa pública, prejudicaram o consumo privado e o investimento das empresas, com o objectivo de cumprir as metas orçamentais definidas pela troika.

Consumo privado impulsionou o PIB

O último trimestre do ano passado trouxe o primeiro o crescimento homólogo da economia desde o início de 2011, com o PIB a crescer 1,6% face ao quarto trimestre de 2012. Na comparação face aos três meses anteriores o PIB cresceu 0,5%, no terceiro trimestre consecutivo de expansão. Este resultado fixou a variação do PIB de 2013 nos -1,4%, melhor do que o esperado pelo Governo.

Os números publicados esta sexta-feira pelo INE revelam que o PIB nacional avançou 1,6% no último trimestre de 2013, acima das expectativas dos economistas e do Governo para esse período. Na totalidade do ano, a economia apresentou ainda uma contracção de 1,4%.
Segundo o INE, esta evolução positiva no final do ano deveu-se à “recuperação da procura interna”, que pela primeira vez desde o final de 2010 deu um contributo positivo para a variação homóloga do PIB, com destaque para o consumo das famílias. Ao mesmo tempo assistiu-se a um aumento do contributo positivo da procura externa líquida, devido à aceleração das exportações.

Os analistas contactados pela Lusa esperavam um crescimento entre os 1,1% e os 1,3% no último trimestre do ano e uma contracção de cerca de 1,5% para a totalidade do ano. Os resultados apresentados pelo INE mostram uma realidade mais positiva. O último período em que se observou um crescimento homólogo positivo do PIB foi primeiro trimestre de 2011.

Apesar de ter batido as últimas estimativas, a recessão de 2013 foi mais negativa do que o Governo tinha antecipado inicialmente no Orçamento do Estado para 2013 (-1,4% vs -1

Sem comentários: