quinta-feira, 13 de março de 2014

A estrutura de topo da EDP não vai sofrer alterações na próxima assembleia-geral (AG), marcada para Maio. Os lugares no Conselho Geral e de Supervisão - onde pontuam vários nomes ligados aos partidos da maioria - só deverão ser discutidos em 2015, indicou ao SOL um elemento deste órgão da empresa.
O modelo de governação do grupo tem suscitado algum debate depois da última fase de privatização da empresa, que resultou na compra de 21,35% pela China Three Gorges, em 2012.
A imprensa económica e os analistas das casas de investimento têm especulado sobre o interesse dos accionistas chineses em reduzir a dimensão do Conselho Geral e de Supervisão, presidido por Eduardo Catroga, ou até em alterar o modelo de governação.
O objectivo da China Three Gorges seria reforçar o poder nos órgãos de gestão e cortar custos - segundo o relatório da EDP de 2012, as remunerações dos 23 elementos do Conselho Geral e de Supervisão representam um encargo anual de 1,5 milhões de euros.
Além de Eduardo Catroga e dos representantes dos principais accionistas da companhia eléctrica, o Conselho integra notáveis como Paulo Teixeira Pinto, Celeste Cardona, Jorge Braga de Macedo, Vasco Rocha Vieira e Ilídio Pinho.
Contudo, uma fonte próxima do accionista chinês e um membro do Conselho Geral e de Supervisão garantiram ao SOL que não é visível um desconforto com o desenho actual do grupo, nem se perspectivam mudanças na AG marcada para 14 de Maio.
“O mandato do Conselho Geral termina no final de 2014 e a questão nunca será discutida nesta assembleia. A colocar-se, será só em 2015”, explicou o elemento do Conselho.
A questão tem sido debatida na imprensa devido à repartição de poder entre os órgãos sociais do grupo. A EDP segue o chamado modelo dualista, em que um Conselho de Administração e um Conselho Geral e de Supervisão são nomeados directamente pelos accionistas. Com esta estrutura, os accionistas minoritários da empresa têm mais representação.
A generalidade das empresas em Portugal já evoluiu para o chamado modelo monista, em que o poder está concentrado numa comissão executiva ou num conselho de administração, que deriva quase na totalidade dos principais accionistas.
“Admito que o sistema de governance da EDP não seja fácil de perceber para os accionistas chineses. Para eles, é uma experiência completamente nova e podem ter a tentação de passar para um modelo mais convencional, com o qual estejam mais confortáveis, mas o tema não é premente”, acrescentou a mesma fonte.
Caso houvesse mudanças em perspectiva, o assunto já estaria a ser tratado nas comissões especializadas do Conselho - uma delas lida precisamente com o governo societário da EDP - e não há nada nesse sentido. “O tema não faz parte da agenda prioritária dos accionistas. Os mandatos nas empresas, sobretudo quando os resultados são bons, são para cumprir”, sustentou.
A empresa anunciou recentemente lucros de mil milhões de euros e um dividendo de 0,185 euros por acção. Com a participação de 21,35%, a China Three Gorges vai encaixar 144 milhões de euros.

TUDO BOA GENTE A OLHAR PARA O MESMO LADO.
OS CHINESES É QUE NÃO ESTÃO A GOSTAR DOS GASTOS DE TANTOS..

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