quinta-feira, 10 de abril de 2014

A forte procura por títulos de dívida grega, que supera já os 20 mil milhões de euros, terá permitido que o custo de financiamento do Estado helénico seja mais baixo do que o esperado. Além disso, Atenas também terá conseguido, segundo avança a Bloomberg, vender um maior montante do que o esperado. Sucessos num dia em que explodiu uma bomba em Atenas.
A Grécia vai colocar um maior montante de dívida junto dos investidores do que o tinha como objectivo. A margem justifica-se pela forte procura que se registou na operação de venda de dívida ontem anunciada formalmente e que se está a realizar esta quinta-feira, 10 de Abril.

De acordo com a agência Bloomberg, a emissão de dívida helénica registou uma procura superior a 20 mil milhões de euros. A forte procura, que já ontem se antecipava, terá permitido que Atenas tenha vendido 3 mil milhões de euros, mais 500 milhões do que a meta definida ontem.

A taxa de juro implícita aos títulos de dívida a cinco anos que estão a ser vendidos, ou seja, o custo de financiamento enfrentado pelo governo de Antonis Samaras, terá ficado nos 4,95%,
Hoje, regressámos aos mercados de financiamento internacionais pela primeira vez em quatro anos.
 
Yannis Stournaras
Ministro das Finanças da Grécia
segundo a mesma fonte. A expectativa dos analistas apontava ontem para uma taxa entre 5% e 5,25%, sendo que o sucesso na procura terá permitido ao Governo reduzir o custo.

Estes resultados não são definitivos, estando apenas a ser avançados pelas várias agências de informação. Os resultados oficiais serão avançados ainda hoje, mas já há optimismo em Atenas. "Hoje, regressámos aos mercados de financiamento internacionais pela primeira vez em quatro anos", concluiu o ministro das Finanças grego, Yannis Stournaras, citado pelo "The Guardian".

“Sucesso é a palavra com que se pode caracterizar a primeira ida da Grécia aos mercados ao fim de quatro anos”, apontou Tiago da Costa Cardoso, num e-mail de comentário da operação enviado às redacções.

O gestor da XTB Portugal explicou, ainda, “este apetite pelo risco é gerado pelo recuo da política monetária do BCE, o que provoca alguma confiança pelos cativos de maior risco. Sinal disso é o facto do mercado de dívida europeu se encontrar todo no verde, com quedas significativas da yield a 10 anos, principalmente dos países periféricos”. Em Portugal, a taxa de juro a dois anos caiu abaixo de 1%.

Primeira emissão desde 2010

Esta é a primeira emissão de dívida grega de longo prazo desde que foi solicitado o programa de resgate, em Maio de 2010. A percepção dos intervenientes do mercado era, nessa altura, a de que a dívida pública helénica era insustentável e só a compravam se, em troca, recebesse uma rendibilidade elevada. Uma percepção que tem melhorado nos últimos tempos, à boleia de um melhor sentimento na Europa (que também tem beneficiado Portugal), que a Grécia quer aproveitar.

Nestes quatro anos em que a Grécia foi financiada por ajuda externa (fornecida pela Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional, apoiados pelo Banco Central Europeu – a chamada troika), o país foi tentando manter uma presença no mercado de dívida ao vender títulos de curto prazo (com menos de 12 meses). Agora, voltou a vender dívida de longo prazo, neste caso, com maturidade dentro de cinco anos, com um custo inferior a 5% no mercado primário (onde o Estado vende dívida directamente).

No mercado secundário, com trocas de dívida entre os investidores, os juros da dívida helénica continuam a recuar nos prazos mais longos. Na maturidade a 10 anos, que ontem caiu abaixo dos 6% pela primeira vez desde Fevereiro de 2010, a taxa já tocou nos 5,864% e segue agora a cair 1 ponto base para 5,88%.

O alívio da dívida tem-se justificado pelo ambiente europeu, em que as taxas de rendibilidade exigidas pelos investidores têm caído, com a redução da tensão em relação às dívidas dos países periféricos.

Explosão em Atenas não causa feridos

Entretanto, no dia em que o Governo grego tem motivos para festejar, já que consegue atrair a atenção de investidores depois de anos sem se financiar no mercado, um carro explodiu na capital.

Segundo relatos citados pela imprensa internacional, um carro explodiu no centro de Atenas, ao pé de um edifício do Banco da Grécia. Ninguém terá ficado ferido.

O Governo helénico reagiu ao dizer que não irá permitir que "terroristas" definam a agenda mediática no país. 

(Notícia actualizada com mais informações às 9h41)

 A GRÉCIA VAI SER OUTRO CASO DE SUCESSO DA UE E DA TROIKA, MAS COM CUSTOS DE DESTRUIÇÃO TOTAL.
HÁ DINHEIRO A MAIS E AS TAXAS VÃO BAIXAR AINDA MAIS.
PASSOS E PORTAS DEVEM ESTAR PREOCUPADOS EM SER ULTRAPASSADOS PELA GRÉCIA DEPOIS DO QUE ANDARAM A DIZER.
O BCE VAI DESCER A TAXA PARA 0,1% E O EXCESSO DE LIQUIDEZ DO MERCADO VÃO ALTERAR AS COISAS.   

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