sábado, 31 de maio de 2014

Seguro anuncia primárias abertas a simpatizantes para elegerem candidato


  • Áudio Peça de Susana Madureira Martins
Líder dos socialistas avança com propostas para a reforma do sistema político.
31-05-2014 12:41



O secretário-geral do PS anunciou este sábado que não se demite do cargo, mas defendeu a realização de primárias abertas a simpatizantes para escolher o candidato socialista a primeiro-ministro.

António José Seguro assumiu esta posição na parte final da sua intervenção perante a Comissão Nacional do PS, num discurso em que deixou fortes críticas à corrente que contesta a sua liderança.

O líder socialista disse que marcará, ainda esta semana, uma reunião da Comissão Política do seu partido para dar início a um processo de revisão dos estatutos no sentido de permitir que a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro se faça através de eleições primárias, tal como aconteceu recentemente em França.

Esta ideia de defender eleições primárias para a escolha do candidato do PS a primeiro-ministro foi primeiro proposta por Francisco Assis, em 2011, tendo sido retomada em 2013 por um grupo liderado pelo ex-secretário de Estado João Tiago Silveira. Nessas duas vezes, a maioria dos socialistas rejeitou esse modelo inspirado no modelo político norte-americano.

O líder referiu ainda que, em breve, vão realizar-se eleições nas federações, que constituem a cúpula política distrital no sistema de organização dos socialistas.

Na sua intervenção criticou a corrente ligada ao presidente da Câmara de Lisboa,António Costa, que lhe está a disputar a liderança, alegando que "abre um grave precedente" no partido. Seguro considerou que, ao longo dos seus quase três anos de liderança, houve sempre internamente "um movimento oculto e invisível".

Propostas para reformar sistema políticoAntónio José Seguro defendeu que obteve uma vitória significativa nas eleições europeias, capitalizando o voto de protesto contra o Governo, mas não a insatisfação contra a política, e anunciou propostas para reformar o sistema político.

Estas posições foram assumidas no discurso de abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, que terá de decidir se este partido entra num processo de eleições directas para a liderança e um congresso extraordinário.

O líder socialista vai propor na Assembleia da República, até 15 de Setembro, uma nova lei eleitoral para o parlamento, com redução do número de deputados para 180 (actualmente são 230) e a possibilidade do eleitor escolher o seu deputado, através do duplo voto, ou da criação de círculos de um só deputado.

Também vai avançar com uma nova lei de incompatibilidades dos deputados e de outros cargos públicos, visando "separar negócios e política".

À entrada para a reunião da Comissão Nacional, que decidirá se este partido avança para um processo de eleições directas para a liderança e um congresso extraordinário, o secretário-geral do PS recusou-se a fazer declarações políticas. "Estou muito bem-disposto. Bom dia a todos", limitou-se a dize aos jornalistas à chegada ao hotel do Vimeiro.

SEMPRE DEFENDI QUE O SECRETÁRIO-GERAL DO PS PODIA NÃO SER O CANDIDATO A 1º. MINISTRO, OS ESTATUTOS NÃO O PROIBEM MAS NUNCA FOI CONSIDERADO.

CHEGOU A HORA DE FAZER UMA REVISÃO PROFUNDA DOS ESTATUTOS, PARA QUE A ORGANIZAÇÃO DO PS SEJA TRANSPARENTE E FUNCIONAL.

COM AS PROPOSTAS QUE FORAM AVANÇADAS SÓ OUVINDO OS SOCIALISTAS E CONVOCANDO UM CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO. E ISSO SÓ PODE SER FEITO OUVINDO OS MILITANTES.

RESOLVER QUESTÕES POLITICAS ADMINISTRATIVAMENTE NÃO É BOM PARA A DEMOCRACIA E PARA O PS.

SEGURO TEM LEGITIMIDADE FORMAL PARA NÃO SE DEMITIR MAS NÃO É ISSO QUE ESTÁ EM DISCUSSÃO.

MUITA COISA VAI TER DE MUDAR PARA QUE OS PORTUGUESES POSSAM VOTAR NO PS. É AGORA OU NUNCA...

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