sexta-feira, 6 de junho de 2014



Mário Soares diz que "o PS não está fragilizado" e que "a esmagadora maioria dos socialistas está com António Costa".
Em entrevista ao jornal i, o ex-presidente da República, que já manifestou o apoio a António Costa na guerra interna do PS após os resultados das eleições europeias, sublinha que "Seguro nunca se identificou com a esquerda nem com o povo e sempre dialogou com o PSD actual e com Cavaco Silva. E tão-só. Por isso o povo não lhe perdoou. Nunca passou dos 30 e tal por cento. Se estivesse ao lado do povo teria maioria absoluta".
"A meu ver o maior erro que [Seguro] cometeu foi dizer diariamente que ia ser primeiro-ministro, como se mais nada lhe interessasse", adianta Soares. Além disso, "é certo que nunca falou à esquerda", acrescenta o fundador do PS.
Mário Soares diz que António Costa "é o socialista indicado para unir a esquerda e derrubar a direita" e que "vai ganhar sem dificuldades, quaisquer que sejam as manobras que lhe queiram fazer". 
"Com o actual partido populista que se intitula falsamente social-democrata não se pode nem deve dialogar. António José Seguro tentou várias vezes - bem como com Cavaco Silva -, mas nunca conseguiu fazê-lo, por ter medo da reacção dos autênticos socialistas", defende o ex-chefe de Estado.
Com as primárias já marcadas para 28 de Setembro, Mário Soares diz que se António José Seguro perder "não terá outro remédio senão demitir-se".
Mário Soares considera que o actual Governo "está no fim e sem remédio" e "atira as culpas, sem razão, para cima do Tribunal Constitucional". "Se se demitisse era a alegria geral do povo português. Mas o Presidente da República perdeu a fala. O que não deixa de ser sintomático", diz Mário Soares.

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