terça-feira, 3 de junho de 2014



O presidente do BPI, Fernando Ulrich, disse hoje, em Leiria, ficar um "bocadinho chocado" que juízes decidam sobre matérias que "vão muito mais além da questão jurídica", defendendo que o Parlamento devia ter mais liberdade.
"A mim choca-me um bocadinho que um grupo, por mais respeitável e prestigiado e competente que seja" de 13 pessoas, "todas da mesma formação - porque são todas juristas - por mais eminentes que sejam, tenham o poder de decidir matérias que, do meu ponto de vista, vão muito para além da questão jurídica", afirmou Fernando Ulrich à margem de uma conferência sobre financiamento bancário às empresas, em Leiria.
Sem querer comentar o chumbo do Tribunal Constitucional (TC) a três normas do Orçamento do Estado para 2014, Fernando Ulrich considerou que as questões da gestão da economia do país "deviam poder ser decididas pelo Parlamento".
"Era preferível haver mais liberdade para o Parlamento decidir e, num momento, uma maioria decide de uma maneira, noutra altura que houvesse outra maioria, essa outra maioria poderá corrigir e decidir de outra maneira", declarou.
O presidente do banco reiterou que "preferia que os governos apoiados em maiorias pudessem funcionar com mais liberdade, mas a realidade é aquela que temos e é com a realidade que temos de viver", acrescentando: "Não tenho nenhuma dúvida de que o país vai para a frente com estas soluções ou com outras".
Questionado sobre se antecipa um aumento de impostos e o seu impacto junto dos portugueses na sequência do chumbo, Fernando Ulrich respondeu: "Se o Tribunal Constitucional tivesse deixado passar as medidas, havia portugueses que tinham determinadas consequências negativas para si; se a solução não é essa e tiver que ser aumento de impostos, será distribuído por outros portugueses ou por mais portugueses".
O TC chumbou na sexta-feira três normas do Orçamento do Estado para 2014, incluindo os cortes dos salários dos funcionários públicos a partir dos 675 euros, mas a decisão não tem efeitos retrocativos.
Os juízes do Palácio Ratton consideraram ainda inconstitucional a aplicação de taxas sobre os subsídios de doença (5%) e de desemprego (6%) e o cálculo das pensões de sobrevivência.
 QUANDO UM BANQUEIRO QUER FAZER POLITICA EM SUBSTITUIÇÃO DO GOVERNO DEVIA DEDICAR-SE À POLITICA A TEMPO INTEIRO.



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