segunda-feira, 7 de julho de 2014


Uma auditoria geral ao BES deve ser a primeira medida de Vítor Bento
Hoje deverá ser o último dia de Ricardo Salgado como presidente executivo do Banco Espírito Santo. É o fim de um reinado que se iniciou em 1991, com a reprivatização do banco e o regresso da família Espírito Santo a Portugal, e o fim (ou um intervalo?) da dinastia Espírito Santo à frente da instituição cujas origens remontam a 1869.
Ricardo Salgado poderia ter saído mais cedo e pelo seu próprio pé – em vez de ser obrigado a renunciar por Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, por entre diversos casos que vão continuar a dar que falar. Mas preferiu comportar-se um pouco como a lenda do imperador Nero: preferiu deixar Roma a arder do que a salvá-la.
Ao contrário do que desejava, Salgado não será substituído por Amílcar Morais Pires, delfim e grande arquitecto financeiro da sua gestão, mas sim por um líder verdadeiramente independente (Vítor Bento) – que será coadjuvado por um administrador financeiro competente e sério (Moreira Rato). Ambos são escolhas acertadas de Carlos Costa que os principais accionistas do BEStiveram a lucidez de apoiar.
Além de substituir um banqueiro histórico e carismático como Ricardo Salgado que liderou o BESdurante 23 anos, Vítor Bento tem a árdua tarefa de conseguir convencer o mercado de que o BES está definitivamente a salvo dos problemas financeiros do Grupo Espírito Santo (GES). Tem sido essa principal preocupação do Banco de Portugal e do governo mas o mercado continua a olhar com grande desconfiança para o BES. E, de facto, não é totalmente certo que o banco esteja a salvo dos graves problemas da família EspíritoSanto provocados pela gestão de Ricardo Salgado.
Há uma pergunta, entre outras, para a qual ainda não há uma resposta cabal: o BES garantiu de alguma forma a dívida que a ESI e outras holdings do GES emitiram de forma desenfreada nos últimos anos de modo a acorrer aos seus constantes buracos financeiros? Se a resposta for positiva, isso significa que o BES poderá ser chamado a pagar parte da dívida da família Espírito Santo.
Nesse sentido, a primeira medida que se impõe a Vítor Bento é simples: ordenar uma auditoria generalizada ao BES e informar o mercado dos resultados.

A MENTIRA TEM PERNA CURTA. EM POUCOS MINUTOS O VICE É DESMENTIDO 

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