segunda-feira, 7 de julho de 2014

Eduardo Dâmaso

O roubo organizado
As crises económicas, já se sabe, são sempre uma boa oportunidade para quem já tem dinheiro. São momentos em que se agudizam até ao insuportável as fracturas sociais e económicas, com quem já tem muito dinheiro a poder aproveitar as boas oportunidades de comprar barato e vender com mais -valias brutais. Basta ver o preço do dinheiro que os nossos amáveis credores europeus nos emprestam.

As dificuldades próprias das crises geram, no entanto, soluções inadmissíveis de cobrança por parte de entidades públicas. No caso das portagens, o Estado é conivente numa verdadeira extorsão aos contribuintes. Os concessionários privados têm a colaboração ignóbil do fisco e das forças policiais para cobrar dívidas de cêntimos que se transformam em verdadeiros roubos organizados. Uma dívida de 1,50 euros, ou mesmo de poucos cêntimos, transforma-se, com juros e os chamados “custos administrativos”, num débito de 190 euros. Esta é a realidade corriqueira nas repartições de finanças. Um Estado que colabora em fraudes desta natureza através dos seus mecanismos de “justiça fiscal” ao mesmo tempo que corta pensões de reforma e salários, como se chama? Só há uma palavra possível no léxico da língua portuguesa: ladrão.
QUANDO UM JORNALISTA FALA ASSIM...

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