sexta-feira, 4 de julho de 2014

Empresas/Finanças

16:02


O que Vítor Bento escreveu e disse sobre o actual momento económico do País

PAULO ZACARIAS GOMES
Nos últimos anos, o nome agora apontado para CEO do BES destacou-se por ser um dos defensores do programa de ajustamento da economia nacional, alertando para essa necessidade pelo menos um ano antes da chegada da ‘troika’, em 2010.
"Chegou o tempo de ajustar (…). Ou me engano muito, ou vamos fazer o ajustamento pela via mais custosa e menos eficiente possível, sacrificando o crescimento de longo prazo. Porque, acima de tudo, falta a convicção do que está errado e do que é preciso fazer”, referia, em Junho de 2010, num artigo de opinião do Económico.
Mas isso não impediu o presidente da SIBS de avisar ao longo de todo o período que era necessário que esse processo permitisse um crescimento sustentável, de avisar para a forte deterioração da procura interna e de não se mostrar tão convicto como os políticos com o êxito do programa terminado em 17 de Maio. Ainda no final do mês passado veio dizer publicamente que não partilhava da visão oficial de "sucesso do ajustamento externo", pois uma economia com 15% de desemprego “não é equilibrada”.
“Porque os superávits também são desequilíbrios externos”, Vítor Bento defendeu que também os países com excedente orçamental deveriam submeter-se a ajustamento e que os próprios credores deviam ser chamados a contribuir para resolver o problema: "Seria de toda a justiça que os credores fossem chamados a pagar parte da factura, já que a sua irresponsabilidade creditícia também contribuiu para a presente situação", escreveu no Económico em Julho de 2011.
Há cerca de dois anos defendeu um pacto social que implicaria a refundação do regime e a revisão da Constituição “de forma a conciliá-la com as necessidades de satisfazer aspirações sociais, dentro do regime monetário do euro e com o regime político da democracia”. 
Embora, no ano passado, tenha defendido que não é necessário alterar a Constituição para que as decisões do Tribunal Constitucional sejam diferentes, argumentando que as decisões dos juízes "praticamente não estão baseadas em direito positivo", mas sim na "interpretação de princípios, que, estando ou não na Constituição, são sempre evocáveis".
Por várias vezes desafiou os defensores de um caminho alternativo à austeridade a apresentá-lo - já que dizia que ele próprio não o vislumbrava – e em 2011 defendeu o nome de Vítor Gaspar para ministro das Finanças “como uma escolha muito boa, porventura a melhor para a tarefa em curso, vai surpreender pela positiva e vai deixar uma grande marca".
O SALVADOR DO BES?...!!!!

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