quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Editorial

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A deflação, o BCE e a retoma económica

ECONÓMICO
A taxa de inflação em Portugal voltou a ser negativa em Julho, revelam os dados divulgados ontem pelo INE. O cenário repete-se há seis meses. Este ano, só Janeiro não foi negativo mas, mesmo assim, ficou próximo do zero.
Julho foi o mês com maior queda nos preços, 0,9%. Na zona euro, os dados da estimativa rápida do Eurostat mostram uma inflação de 0,4% em Julho, abaixo dos 0,5% de Junho e cada vez mais longe dos 2% de referência do Banco Central Europeu. Embora possa parecer uma boa notícia para os consumidores, o que até é verdade no curto prazo, a deflação está, normalmente, associada a períodos de recessão, reduzindo as receitas da economia real, adiando a retoma e prolongando o problema do desemprego elevado. Portugal é um dos países europeus mais vulneráveis a este fenómeno embora, em Junho, Bulgária, Grécia, Hungria e Eslováquia também tenham tido inflação negativa, com a República Checa, Espanha e Chipre no zero.

Ganha, por isso, ganha cada vez mais força a ideia de que o BCE, com a taxa de juro de referência nos 0,15%, deverá lançar mão de novas medidas não convencionais para combater esta ameaça. O enfraquecimento dos bancos pela falência do BES também reduz capacidade de fornecer o crédito à economia e os riscos de uma desaceleração económica são cada vez maiores. Como o fenómeno se verifica de forma generalizada na zona euro, o FMI recomenda que o BCE comece, rapidamente - o que depois da última reunião do banco liderado por Mario Draghi parece estar mais longe -, a comprar dívida soberana para injectar liquidez na economia e aumentar a procura, assim como as expectativas de subida da inflação na zona euro.
E QUER ESTE GOVERNO FAZER-NOS ACREDITAR NO MILAGRE?
JÁ ONTEM ERA TARDE PARA SEREM TODOS DESPEDIDOS POR INCOMPETÊNCIA.

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