domingo, 3 de agosto de 2014

Santana critica Carlos Costa e Vitor Bento e deixa avisos sobre o BES

Ex-primeiro-ministro questiona "solução dicotómica", em que os bancos lucram e os atuais pequenos acionistas podem ser prejudicados
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 Última atualização há 4 minutos
A poucas horas do anúncio da divisão do BES em dois - ficando os ativos tóxicos num novo "BES mau", ligado aos atuais acionistas -, Pedro Santana Lopes colocou um post no Facebook a levantar dúvidas sobre essa "solução dicotómica" e a apontar o dedo ao governador do Banco de Portugal e ao novo presidente do BES.
Neste texto, com o título "Para ponderação ainda hoje", Santana critica a atuação de Carlos Costa e Vítor Bento nas últimas semanas, pelo facto "gravíssimo" de terem dado garantias infundadas sobre a situação do banco. "O Banco de Portugal andou estas semanas a garantir que o BES estava seguro e que tinha capitais bem acima dos ratios legais pelo que tinha a sua solvabilidade garantida. Foi dito em comunicado oficial que o BES era uma realidade completamente diferente do GES. O novo chairman, Vitor Bento, nomeado na sequência da intervenção do BdP, escreveu uma carta com divulgação pública garantindo que todos podiam estar seguros quanto à confiança que o BES merecia", lembra Santana.
"Depois dessas declarações e desses comunicados, as ações do BES continuaram cotadas em Bolsa e os depositantes, clientes e pequenos investidores acreditaram na palavra dos citados responsáveis. Pelos vistos, esses responsáveis enganaram-se redondamente o que é, obviamente, gravíssimo", acusa o ex-primeiro-ministro.
"Cobaias" e pequenos acionistas
Nesse texto, dividido em oito pontos, o atual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa alerta para o facto de o novo desenho do BES ser a primeira vez que serão postas em prática as novas regras europeias de recurso a uma linha de recapitalização, com um "regime especialmente gravoso para os acionistas". "Nós, portugueses, devemos ter cuidado em sermos, de novo, 'cobaias' do experimentalismo sócio-financeiro de alguns, plutocratas da União Europeia e de um sistema de supervisão recheado de histórias de malogros", alerta Santana.
A sua preocupação, explica a seguir no post, tem a ver com os pequenos acionistas do BES. "Segundo as normas da Diretiva da União Europeia, os depositantes devem ser protegidos a todo o custo e os acionistas devem pagar. Mas os acionistas devem pagar todos pela mesma moeda, tenham tido, ou não, responsabilidades na gestão ou na escolha dos gestores? Devem os pequenos investidores ser tratados como se fossem todos da Família Espirito Santo ou dos grandes acionistas comprometidos com a gestão anterior?", questiona.
Para Santana, é isso que irá acontecer, ainda por cima com benefício para os bancos que entrarem no "BES bom". "Então o Fundo de Resolução - os Bancos - ficam com o que é bom e os acionistas anteriores ficam com o que é mau? E, depois, a nova entidade é vendida, os bancos são pagos do que emprestaram e, provavelmente, ainda lucram com isso?"
Vítor Bento só com o BES bom?
O post de Santana, partilhado na rede social à hora do almoço, termina com a sua perplexidade sobre qual será, de facto, a missão do novo chairman. "Vitor Bento foi nomeado para gerir o BES, não para ser o chairman de um banco novo sem problemas", frisa o social-democrata. Que conclui: "Se o BES continua, não pode Vitor Bento e os futuros acionistas ficarem sem o que dá problema e os atuais pequenos acionistas, que nunca foram a uma Assembleia Geral nem nunca conheceram ninguém responsável pelo BES, ficarem com os prejuízos e, na prática, sem o seu dinheiro."

COMO SEMPRE ESTE GOVVERNADOR FALA MUITO E AGE POUCO E MAL-

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