Parece que todos os comentadores são unânimes: os partidos têm que refletir sobre a abstenção e a votação nos candidatos não apoiados partidariamente.
1) - Ninguém consegue uma explicação simples para o nível da abstenção (62,6%!)ocorrida ontem em Lisboa: é o período de férias, é o facto de não haver eleições para a Assembleia Municipal (uma aberração, no meu ponto de vista), é haver 12 candidaturas, não haver polarização, o vencedor estar encontrado antecipadamente, etc., etc..Os lisboetas não se interessam pela governação da sua cidade? Não me parece aceitável que isso possa acontecer.
2) - As candidaturas independentes atingem 28% dos votos válidos! E quase 17% votam no ex-presidente, que está na origem das confusões e da queda do executivo? Confesso o meu espanto perante este resultado.
3) - O candidato do PSD fica aquém do do ex-presidente e o CDS é varrido sem contemplações?
4) - O candidato da CDU perde para uma candidatura independente e não segura sequer as suas freguesias tradicionais?
Outras dúvidas ainda me ocorrem, mas estas são suficientes para me perguntar, como muitos outros, se, após o que ocorreu nas últimas presidenciais, os partidos políticos não têm que repensar as suas estratégias e caminhos para motivarem os eleitores a interessarem-se pela "res publica". Não iria ao ponto de afirmar, como alguns, que a democracia, também aqui, ameaça perigo, mas que haverá que alterar alguma coisa (ainda que para que tudo fique na mesma, na esteira de Lampedusa), lá isso há!
PS 1 - Entretanto, o cartão vermelho pedido por muitos não apareceu ou, melhor, foi apresentado a quem o reclamou.
PS 2 - Alguém me explica a "coincidência" de umas quantas excursões terem ido desaguar frente ao Hotel Altis, ontem à noite? A quem aproveitou o espectáculo? A António Costa? Não me parece, de todo!
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