segunda-feira, 20 de agosto de 2007

UM PORTO ASSIM, NÃO! E NÃO É SÓ STª. CATARINA. 31 de Janeiro, Sá da Bandeira, Julio Dinis e outras.

Lojistas deixam o caos na rua
Inês Schreck, J. Paulo Coutinho(JN)
Domingo, 16 horas. Pela Rua de Santa Catarina, no Porto, passeiam centenas de pessoas, entre muitos turistas de máquinas fotográficas ao ombro. A maior parte das lojas está fechada, mas à porta, junto às montras, "ostentam" dezenas de caixas de cartão amontoadas e lixo. Apesar de ser proibido colocar lixo na via pública ao fim-de-semana, a impunidade é tal que os estabelecimentos nem se dão ao trabalho de esconder a origem dos caixotes.
As lojas dos grandes grupos são as que dão o pior exemplo.Ontem à tarde, as montras da "Zara Home", em frente ao Via Catarina, quase não se viam, escondidas por mais de uma dezena de caixas de cartão empilhadas. Terão sido ali colocadas anteontem à noite, depois do fecho daquele estabelecimento. A identificação nos caixotes não deixa dúvidas sobre o infractor.
Do outro lado da rua, sacos de lixo pretos abertos deixam ver catálogos, mostruários, formas de sapatos, caixas de pijamas. À primeira vista é mais difícil detectar a origem, mas as suspeitas recaem sobre as lojas mesmo ao lado, já que a prática parece estar enraizada não dar mais de dois passos para arrumar com a tralha dos armazéns. "Que vergonha", vai-se ouvindo, aqui e ali, da boca de quem se vê obrigado a desviar-se dos obstáculos. Uns metros abaixo, ainda na Rua de Santa Catarina, o cenário repete-se em frente à loja Ana Sousa, com caixas amontoadas com a respectiva identificação. À porta da "Berska", dois caixotes com a morada da loja de vestuário do grupo espanhol Inditex. Uns metros acima, em frente à "Pull and Bear", houve o "cuidado" de andar cerca de 10 metros e colocar o lixo junto a um poste, em frente a um restaurante de sandes. Os comerciantes da Baixa não respeitam os horários da recolha (segunda a sexta-feira, a partir das 20.30 horas), mas os moradores também contribuem com a sua parte. Ontem à tarde, junto ao túnel da Ribeira (à Rua dos Mercadores), os sacos de lixo doméstico amontoavam-se perante o olhar perplexo de alguns turistas.

1 comentário:

R. da Cunha disse...

Também o Público de hoje traz uma notícia sobre o assunto, com puxada na 1ª. página, que trasncrevo:
"LIXO NA BAIXA INDIGNA TURISTAS E MORADORES
Em tarde de domingo, aproveitada pelos portuenses para passear e pelos turistas para conhecer a cidade, a invulgar quantidade de lixo que se encontra nas ruas da Baixa provoca o desagrado geral. Entre críticas, há quem pense que são os serviços camarários que estão a perder eficácia, mas há também quem aponte a falta de civismo dos portugueses".
Isto é: dois jornais de circulação nacional dão, no mesmo dia, conta do lixo da cidade; não pode ser coincidência. Aliás, passando hoje por diversos locais da cidade, o que verifiquei? Os contententores a abarrotar e, como já não compartam mais lixo, vão-se amontoando à sua volta sacos e sacos, e os mais diversos objectos depositados à sua volta. É um espectáculo degradante e, por vezes, um cheiro nauseabundo. Isto porque, na melhor das hipóteses, o lixo se acumula durante dois dias (domingo e segunda) quando não três (desde sábado). Este é um serviço que não pode ter dias de folga, seja na Baixa, seja onde for. Que imagem damos aos que nos visitam? E a saúde dos residentes, também não conta? E as regras estabelecidas para os comerciantes não são para respeitar?