quinta-feira, 4 de outubro de 2007

A CORRUPÇÃO

João Cravinho dá à Visão de hoje uma longa entrevista, que vale a pena ler.
Transcrevo as respostas a duas das perguntas.
P- Sete meses depois de vir para Londres, o 'pacote' sobre a corrupção continua por aprovar em S. Bento...
R - Os diplomas foram, de facto, debatidos nessa altura. Esgotei a minha missão, os meus poderes como deputado. Fui até ao limite do que podia. Após um processo longo e muitas discussões, formei uma ideia sobre as razões das divergências profundas - porque as havia e eram manifestas - entre mim e a direcção do grupo parlamentar em questões fulcrais. A primeira tem que ver com um juizo político e ético sobre a situação da corrupção em Portugal e o seu efeito corrosivo sobre o funcionamento das instituições democráticas. Penso que é um fenómeno grave, extenso e sem mecanismos de contenção à altura. Alguns dos meus camaradas não são nada dessa opinião. O presidente do grupo [Alberto Martins] disse que o fenómeno existia, mas que Portugal não estava numa situação particularmente gravosa. Pelo contrário, nas comparações internacionais estava muito bem. Fiquei de boca aberta. Nem rebati, porque um homem como Vera Jardim disse logo que, pelas informações que lhe chegavam de homens de negócios, a corrupção era grave e estava em crescendo. Mas também não estávamos de acordo com a natureza do fenómeno.

P - E sobrará muito do que propôs?
R - Foi dos maiores choques da minha vida ver que aquela matéria causava um profundo mal-estar, era como que um corpo estranho no corpo ético do PS. Apesar de algumas dificuldades que antevia, não contava com uma atitude de absoluta incompreensão para a natureza real do fenómeno da corrupção. Por isso, não faço previsões."

E, então, o assunto morreu? João Cravinho não tinha razão? Ou tinha, mas já não há motivos para o assunto vir a ser debatido?
Certo, certo, é que, parece-me, João Cravinho continua em grande forma e atento ao que se passa por cá.

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