Para fazer face à doença dos pinheiros bravos (nemátodo), que alastrava no distrito de Setúbal, foi criada uma zona de segurança, desde Odemira a Vila Franca de Xira, zona essa com cerca de 1010 hectares, onde se previa serem abatidos 700 mil árvores, das quais cerca de 215 mil a cargo da empresa Logítica, no valor de 3,6 milhões de euros.
Esta empresa foi fazendo os cortes, apresentando agora uma conta de 70 milhões de euros, correspondente a um abate de 4 741 760 árvores. O plano apresentado oportunamente a Bruxelas, foi revisto, apontando-se para um total de 23,7 milhões de euros, por erros nos cálculos iniciais, por falta de cartografia do terreno e outras "contingências". Era suposto que os Serviços competentes acompanhassem todo o processo, mas parece que não terá sido bem assim. Alguns proprietários, por sua conta e risco, foram abatendo também alguns pinheiros (dizendo, digo eu, que dos 100 pré-existentes, abateram 1000) e agora ninguém se entende. Jaime Silva diz que não paga e quer uma inspecção às contas da Logística que, pela voz do seu presidente (que é também o responsável de uma associação de produtores florestais em Setúbal), até está disposto a baixar até aos 30 milhões de euros a conta inicial de 70 milhões.
Todo isto cheira muito mal.
Primeiro, ninguém (Serviços competentes) faz um cálculo aproximadamente correcto do número de árvores a abater; depois. ninguém (Serviços competetentes) faz o acompanhamento do processo no terreno; por último, ninguém (Serviços competentes) faz o balanço final. Depois, claro, ninguém está em condições de validar a conta apresentada. Mas será de perguntar: a Logística, quando contratualiza uns quantos milhares de abates e verifica, no decurso do processo, que tal número está muito afastado da realidade, não confronta os Serviços competentes para tal desfazamento? Não poderemos questionar a sua boa-fé? E o "desconto" agora aceite, significa o quê?
Em conclusão: há aqui muitas falhas e alguém é responsável por mais um buraco.
E os meus impostos, continuadamente crescentes, continuam a alimentar tudo isto? Como é que posso opor-me?
Nota - Este post baseia-se em notícia do Público de hoje.
3 comentários:
Já há algum tempo que não vinha ao 4ªDimensão, mas venho a tempo de colocar uma questão:
- A área agora "desocupada" vai ser reflorestada ou vão existir interesses imobiliários? É área protegida? Não era a primeira vez que uma coisa destas sucedia. Se alguém souber a resposta, agradeço.
Bem que gostaria de saber responder à pergunta, mas não sei. No entanto, sempre lhe direi que não me admirava nada se nalguma das áreas mais nobres nascessem mais uns resorts de luxo. Haverá legislação que impeça? Duvido...
DE 3 MILHÕES INICIAIS, PARA 70 MILHÕES É OBRA. mAS ATÉ SE FICAM PELOS 30 MILHÕES. QUE BRINCADEIRA É ESTA?
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