"ONDE PARAM AS ALGEMAS?"

A pergunta é o título de um artigo de Rui Moreira, no Público de hoje, de que transcrevo:
"Vão-se sabendo mais detalhes da novela bancária. Sabe-se, agora, que aqueles senhores de pose respeitável violaram todas as regras do negócio, organizaram uma teia de 'off-shores' para enganar o mercado, impingiram acções aos clientes menos avisados, perdoaram dívidas a amigalhaços e familiares, mantiveram redes de influência com accionistas a troco de condições 'especiais' e fizeram negócios privados com fornecedores exclusivos. Durante anos, favoreceram alguns accionistas em prejuízo dos outros. Lesaram a instituição, o erário público e os depositantes. Distorceram as regras de mercado, violaram todas as regras da CMVM e do Banco de Portugal. Atribuíram-se, por esses serviços, vencimentos e prémios faraónicos e, com a maior desfaçatez, nunca se coibiram de nos pregarem os seus valores éticos e morais".
"Se fosse nos Estados Unidos, teriam sido logo presos e algemados e mesmo em Espanha, estariam, no mínimo, com termo de identidade e residência, e com os seus bens congelados. Como vivem num país que se diz de brandos costumes, e que às vezes já nem esses costumes tem, passeiam-se impunes, esfregando as mãos. Nenhum mostrou um pingo de vergonha ou fingiu, sequer, estar arrependido e, se há quem se contente com a dourada reforma, há outros que têm o topete de andar por aí a pedir emprego".
"A culpa morrerá solteira. Cada um garante que não sabia o que se passava, porque foi antes ou depois do seu tempo, ou porque foi feito por alguém do lado. Em caso de necessidade, descortinarão um humilde e triste director que se sacrificará à causa e à obra e confessará ter sido ele, e por sua alta recreação, o autor de tudo isto".
(...)"Temos agora a novela do casino, uma produção macaense de interesse lúdico e também uma produção nacional sobre o desinteressado financiamento partidário". (...)

Também eu gostaria de ter escrito isto.