sexta-feira, 21 de março de 2008
LÍNGUA DE CORTIÇA
A secção Gente, do Expresso, critica o DN por este publicitar um CD-ROM, a incentivar os seus leitores a aprederem grego, "a língua de Ulisses", quando o correcto, diz a Gente, seria "a língua de Homero", o criador da "Odisseia". Não vejo lugar para espanto. Então não é suposto que Ulisses falasse grego? Não me digam que Ulisses não existiu, que não acredito. O Ricardo Reis, do Saramago, também falava português, ou não? E até aquela gente toda de Os Lusíadas falava o português de então, não era?
2 comentários:
Até os deuses do Olimpo falavam português, bem como o Adamastor. E até as pequenas da Ilha dos Amores, penso eu...
Ainda vão dizer que o Vasco da Gama é uma invenção do Camões!
O disparate (não vejo outra designação) da frase do DN não é esse: é o facto de publicitar uma língua usando um falante que, a ter existido, falaria uma língua muito diferente, que nenhum grego de hoje entenderia. Quem já leu os poemas homéricos no original sabe ao que me refiro. Qualquer semelhança entre o grego que, espero eu, os CD do DN ensinam e o "grego de Ulisses" é como nas novelas, mera coincidência. Já agora espero que o "curso de grego" do DN tenha menos erros do que o de Árabe. Quando peguei no livro de exercícios ia tendo um ataque: erros atrás de erros, letras não ligadas, um caos absoluto!
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