Título da habitual coluna de Miguel Sousa Tavares no Expresso de ontem, de que transcrevo:
(...)"Desde que há ministério, desde que há Educação, desde que há democracia, que não me lembro de a Fenprof e os sindicatos da Educação terem deixado de exigir a cabeça do ministro ou ministra em funções".
(...)"Durante muitos anos, e para garantia de uma paz podre no sector, todos os governos, incluindo os socialistas, renunciaram a tentar mudar o que quer que fosse. A política de educação estava entregue aos professores e as escolas aos sindicatos. O grosso dos ministros foi do PSD e os sindicatos estavam nas mãos da facção do PSD dirigida por Manuela Teixeira, e a do PCP e companheiros dirigida pelo crónico Paulo Sucena. Como nada de essencial no 'statu quo' estava em causa, o confronto centrou-se na ineficácia funcional do Ministério".
(...)"Mas, no essencial, ela [Maria de Lurdes Rodrigues] tem razão e todos nós, que não estaremos hoje a defilar em Lisboa, já o percebemos. Ela quer mudar as coisas, recusa conformar-se com os resultados de trinta anos a nada fazer, a corporação quer que tudo o que é determinante continue na mesma".
(...)"Com a democracia, se a fé no Estado e no emprego público se mantiverem, a única coisa que mudou é que as corporações do sector público já podem contestar os governos. Mais: fazem-no sempre que acham que os governos pretendem mudar o Estado, de que eles se julgam os guardiões. E é por isso mesmo que a queda de Maria de Lurdes Rodrigues teria o efeito de um toque a finados por qualquer tentativa de reformar o Estado e mudar o país".
1 comentário:
Mas ninguém consegue fazer sentar a ministra com os sindicatos e entenderem-se? Alguém sugeriu um dia destes uma intermediação: porque não? A reforma é necessária, dizem todos; então está na hora de entendimentos. E se a ministra tiver que recuar um pouco, porque não, também?
Enviar um comentário