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Estou plenamente de acordo com o nosso amigo e camarada Carlos Pinto, em postal de há pouco: ele diz, e bem, que o Neoliberalismo faliu.
Mas deixem-nos bater um pouco mais "no ceguinho" (expressão portuguesa proverbial), porque, neste caso, é óbvio que a Mão invisível pertencia a um ceguinho, surdo e mudo.
O Neoliberalismo, ao contrário do liberalismo clássico e do liberalismo social (que tinham e têm outras concepções sobre isso), sempre esteve errado, ou seja, sempre foi uma ideologia de profunda injustiça social. E os socialistas advertidos sempre souberam que ele estava errado, que era injustíssimo, e sempre lhe deram luta, e sempre alertaram para os perigos da sua aplicação.
Ainda me lembro dos neoliberais também neoconservadores em grande júbilo pela guerra do Iraque - quase pregando que a guerra era a higiene do Mundo. Ainda me lembro dos slogans (que cá ainda não foram erradicados) do quem quer saúde paga-a, quem quer educação paga-a, etc.
A luta ideológica ao neoliberalismo é uma luta sem fim. E por uma razão simples: há sempre pessoas, colocadas em lugares privilegiados, que têm muito a lucrar com a desregulação económica e financeira, com a privatização dos lucros e a socialização dos prejuízos, como ainda agora ocorreu.
Portanto, não nos venham com o canto do fim da ideologia, ou do apaziguamento ideológico.
O que ocorre é que só ideologia não basta. Mas é preciso, antes de mais, ter ideias claras, que iluminem uma esclarecida acção política.
5 comentários:
Como eu gosto deste post.
Chegou a hora de falar verdade e de discutir o futuro.
Não nos podemos calar.
E quem sabe nunca esquece.
Obrigado Paulo Cunha
Não tem nada que agradecer, Carlos Pinto.
Ando a pregar isto há muito tempo... Não posso deixar de ficar um tudo nada divertido (no meio da dificuldade) quando vejo que os factos nos dão inteiríssima razão, e ainda há quem queira tapar o sol com a peneira. A clássica noção de ideologia com falsa consciência e consciência falsa tem aqui pleno cabimento. Em grande medida ficou provado que o neoliberalismo é uma falsa consciência e um discurso legitimador. Nada mais. E é importante que isso fique claro. Obviamente que, a partir daqui o grande problema é: e quem consegue dar por isso, além dos que já sabiam? A comunicação social não continua a louvar subtilmente um lógica de sucesso pelo sucesso, lucro, etc? E os jovens não são educados no frenesim de um espírito ferozmente capitalista (com algum laxismo pelo meio)? Podemos vir a ser uns intelectuais sem repercussão, porque a menssagem não passa. Que fazer?
A quem interessa a morte das ideologias? Àqueles que afirmam que a tal Mão Invisível comanda o mercado? Só pode.
Já estou a ver a mão invisível a estrangular uma ideologia, outra e mais outra... que medo!
O neoliberalismo há-de procurar sempre o seu nicho, não desarma facilmente. Mas também é certo que há sempre alguém, em qualquer lugar, que diz "não", que pensa por si e que dá combate.
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