Por Agência Lusa, publicado em 16 Fev 2013
O economista João Ferreira do Amaral alertou hoje que Portugal pode caminhar para uma situação de bloqueio total se prosseguir com os programas que está a seguir, sem tornar a sua estrutura produtiva mais competitiva e amiga do emprego.
“Nós não podemos imaginar que estes programas que estamos a prosseguir vão dar resultado. Pelo contrário, vamos por uma situação de ausência de saídas, de um bloqueio total”, considerou o economista na palestra inaugural da conferência "Economia Portuguesa: Propostas com Futuro", que hoje decorre na Fundação Calouste Gulbenkian.
“Se rapidamente nós não arrepiarmos caminho e se não começarmos a atacar o verdadeiro problema que temos, que é a discussão da estrutura produtiva, para a tornarmos mais competitiva, mas ao mesmo tempo mais amiga do emprego também, podemos ter a certeza que é a própria sobrevivência do país, que, tal como o conhecemos, pode estar em causa”, acrescentou.
Ferreira do Amaral apontou como possíveis soluções para dinamizar a economia do país a criação de incentivos fiscais e incentivos ao investimento “seletivos e criteriosos”.
Defendeu que é essencial que o sistema bancário português volte a conceder crédito às empresas, o que “poderia ser feito seja através de uma instituição financeira especificamente destinada a apoiar através do crédito ao investimento”.
“Mas é essencial que esse apoio ao crédito seja seletivo para aqueles setores que permitam ou substituir as importações ou aumentar as exportações”, considerou, salientando ainda que “o facto de as empresas terem como maior parte do seu capital o capital alheio, vindo dos bancos, criou uma situação insustentável, que é por [essas empresas] nas mãos justamente dos bancos”.
Os incentivos fiscais, de acordo com o economista, deveriam “privilegiar aqueles setores que têm mais capacidade de crescer, em particular de bens transacionáveis”, os investimentos “que se traduzam em inovação real de produtos e processos” e que criem emprego.
Ferreira do Amaral considerou ainda essencial a atração de “verdadeiro investimento estrangeiro novo” em “unidades que não só sejam importantes por si próprias, mas que criem mercado para fornecimentos nacionais”, realçando que esta é uma solução para que Portugal "financie a sua capacidade produtiva sem necessidade de endividamento externo”.
O economista destacou ainda que “um aspeto muito importante, que tem sido completamente descurado, são as opções claras em termos de investimento público”, que atualmente “é considerado um inimigo”, o que “é um erro brutal”, porque "é essencial para dar sustentação à coesão nacional e para a atividade económica" de muitos setores.
No entanto, como os recursos nunca serão muito elevados, cabe ao Governo filtrar “logo quais serão as prioridades de investimento público".
Ferreira do Amaral destacou como matérias essenciais para o futuro as opções energéticas – que “vão ser algo sempre muito determinante” na progressão da economia -, “os domínios de sensibilidade ambiental com grandes potencialidades económicas”, como as atividades marítimas e a floresta, e “o desenvolvimento do capital humano nas suas diversas componentes”.
Também para estes setores defendeu a necessidade de “um programa orientador para os agentes económicos que queiram investir”.
“O Estado não se pode demitir de ter opções estratégicas em termos de grandes setores que têm a ver com o futuro do país”, considerou, realçando que “o mercado é míope em relação ao longo prazo”, pelo que “não tem capacidade de orientar o país”
COM ESTES PANHONHAS NO GOVERNO NÃO É POSSIVEL AVANÇAR.
“Nós não podemos imaginar que estes programas que estamos a prosseguir vão dar resultado. Pelo contrário, vamos por uma situação de ausência de saídas, de um bloqueio total”, considerou o economista na palestra inaugural da conferência "Economia Portuguesa: Propostas com Futuro", que hoje decorre na Fundação Calouste Gulbenkian.
“Se rapidamente nós não arrepiarmos caminho e se não começarmos a atacar o verdadeiro problema que temos, que é a discussão da estrutura produtiva, para a tornarmos mais competitiva, mas ao mesmo tempo mais amiga do emprego também, podemos ter a certeza que é a própria sobrevivência do país, que, tal como o conhecemos, pode estar em causa”, acrescentou.
Ferreira do Amaral apontou como possíveis soluções para dinamizar a economia do país a criação de incentivos fiscais e incentivos ao investimento “seletivos e criteriosos”.
Defendeu que é essencial que o sistema bancário português volte a conceder crédito às empresas, o que “poderia ser feito seja através de uma instituição financeira especificamente destinada a apoiar através do crédito ao investimento”.
“Mas é essencial que esse apoio ao crédito seja seletivo para aqueles setores que permitam ou substituir as importações ou aumentar as exportações”, considerou, salientando ainda que “o facto de as empresas terem como maior parte do seu capital o capital alheio, vindo dos bancos, criou uma situação insustentável, que é por [essas empresas] nas mãos justamente dos bancos”.
Os incentivos fiscais, de acordo com o economista, deveriam “privilegiar aqueles setores que têm mais capacidade de crescer, em particular de bens transacionáveis”, os investimentos “que se traduzam em inovação real de produtos e processos” e que criem emprego.
Ferreira do Amaral considerou ainda essencial a atração de “verdadeiro investimento estrangeiro novo” em “unidades que não só sejam importantes por si próprias, mas que criem mercado para fornecimentos nacionais”, realçando que esta é uma solução para que Portugal "financie a sua capacidade produtiva sem necessidade de endividamento externo”.
O economista destacou ainda que “um aspeto muito importante, que tem sido completamente descurado, são as opções claras em termos de investimento público”, que atualmente “é considerado um inimigo”, o que “é um erro brutal”, porque "é essencial para dar sustentação à coesão nacional e para a atividade económica" de muitos setores.
No entanto, como os recursos nunca serão muito elevados, cabe ao Governo filtrar “logo quais serão as prioridades de investimento público".
Ferreira do Amaral destacou como matérias essenciais para o futuro as opções energéticas – que “vão ser algo sempre muito determinante” na progressão da economia -, “os domínios de sensibilidade ambiental com grandes potencialidades económicas”, como as atividades marítimas e a floresta, e “o desenvolvimento do capital humano nas suas diversas componentes”.
Também para estes setores defendeu a necessidade de “um programa orientador para os agentes económicos que queiram investir”.
“O Estado não se pode demitir de ter opções estratégicas em termos de grandes setores que têm a ver com o futuro do país”, considerou, realçando que “o mercado é míope em relação ao longo prazo”, pelo que “não tem capacidade de orientar o país”
COM ESTES PANHONHAS NO GOVERNO NÃO É POSSIVEL AVANÇAR.
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