"Não deixaremos que matem Portugal", diz Jean-Luc Mélenchon
Milhares de pessoas - 180 mil diz-nos Raquel Garrido, sua porta-voz - reclamam mudanças imediatas no Governo francês e na Europa. Na tribuna, Mélenchon apresenta-se com dois cravos vermelhos na lapela e define o desfile de esquerda como "a manifestação da fraternidade com os pobres povos europeus que as infames Troika e Comissão europeia querem matar".
Os dois cravos são uma referência ao 25 de abril português, um dos símbolos mais queridos de Jean-Luc Mélenchon. "A revolução portuguesa é uma referência para ele", explica-nos a sua porta-voz, Raquel Garrido, de origem chilena.
"Inflação é melhor que a morte, a bancarrota ou a guerra"
No seu discurso, no início da manifestação "das vassouras" (muitos manifestantes apresentam-se com vassouras e cartazes pedindo "uma vassourada" no poder socialista francês), o chefe da FG evoca longamente a crise europeia. "Com Chipre assistimos a um golpe de Estado da finança na Europa, as dívidas nunca serão pagas, com um pouco de inflação apaga-se a dívida, a inflação é melhor que a morte, a bancarrota ou a guerra!", exclama Mélenchon.
"Pedem sacrifícios aos povos, põem-nos na miséria e as dívidas aumentam, o caminho não é esse, é uma evidência", acrescenta. "Nós somos a fraternidade, não deixaremos que matem Portugal nem nenhum país vítima da finança," diz Jean-Luc Mélenchon ao Expresso.
"Aviso as infames Comissão da UE e a Troika: tenham cuidado, porque a gente não vai permitir que se metam com a França, terão um levantamento de milhões de pessoas nas ruas!", exclama.
"Pedem sacrifícios aos povos, põem-nos na miséria e as dívidas aumentam, o caminho não é esse, é uma evidência", acrescenta. "Nós somos a fraternidade, não deixaremos que matem Portugal nem nenhum país vítima da finança," diz Jean-Luc Mélenchon ao Expresso.
"Aviso as infames Comissão da UE e a Troika: tenham cuidado, porque a gente não vai permitir que se metam com a França, terão um levantamento de milhões de pessoas nas ruas!", exclama.
Chefe do Governo fala esta noite
A manifestação reúne comunistas, ecologistas, trotskistas e socialistas descontentes com o socialista François Hollande, que comemora amanhã, segunda-feira, o primeiro aniversário da sua eleição para o Eliseu.
É a primeira vez na história da França que estes setores da esquerda, que apelaram ao voto em Hollande na segunda volta das eleições presidenciais de 2012, se manifestam contra um Governo que se define a si próprio como "de esquerda".
Inquieto com a forte mobilização da esquerda e com as muito más sondagens, o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, vai dar uma entrevista esta noite, em direto, num dos principais canais da televisão francesa.
É a primeira vez na história da França que estes setores da esquerda, que apelaram ao voto em Hollande na segunda volta das eleições presidenciais de 2012, se manifestam contra um Governo que se define a si próprio como "de esquerda".
Inquieto com a forte mobilização da esquerda e com as muito más sondagens, o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, vai dar uma entrevista esta noite, em direto, num dos principais canais da televisão francesa.
SER DE ESQUERDA É NÃO ACEITAR POLITICAS NEOLIBERAIS E DEFENDER OS POVOS COM NOVAS POLITICAS.