Alberto Teixeira
25/09/13 15:10
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Instituto de Finanças Internacionais (IIF, sigla inglesa) diz que Governo tem de afastar incertezas políticas para escapar a novo resgate.
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, sigla inglesa), que representa os principais bancos mundiais e que negociou directamente com a Grécia e a ‘troika' a reestruturação da dívida helénica em 2012 em representação do sector privado, não acredita num ‘haircut' em Portugal.
Ao Económico, Jeff Anderson, director da instituição para os Assuntos Europeus, salienta, no entanto, que o acesso aos mercados no próximo ano será complicado perante os actuais níveis dos juros da dívida nacional. E é sobretudo aqui que se joga o segundo resgate a Lisboa, argumenta.
"A necessidade de mais apoio oficial a Portugal vai depender, claro, da restauração do acesso aos mercados. O acesso aos mercados será sempre complicado face aos actuais juros das obrigações. O regresso dos juros aos níveis a que estavam no início do ano, quando Portugal tinha capacidade para emitir obrigações, vai requerer a dissipação de qualquer incerteza política que ainda persiste na mente dos investidores depois da remodelação governamental em Julho", afirma Jeff Anderson. "Especialmente no que toca à determinação em manter uma forte implementação do programa face às decisões do Tribunal Constitucional", acrescentou.
Mas há outros factores que o responsável aponta para Portugal ser bem-sucedido no caminho que falta até ao regresso aos mercados: "Vai também depender em parte do desempenho da economia, podendo beneficiar de um cenário internacional mais favorável".
A percepção de risco da parte dos investidores em relação a Portugal continua a deteriorar-se, com os juros a subirem novamente hoje em quase todos os prazos. A ‘yield' das obrigações a 10 anos continua acima da fasquia psicológica dos 7% em mercado secundário, quando em Maio chegou a negociar nos 5,2%, o nível mais baixo observado desde que Portugal pediu ajuda.
Também o diferencial para a dívida da Irlanda, país ao qual Portugal estava a ser comparado no que toca ao sucesso do ajustamento, tem aumentado nas últimas sessões, sinalizando o desconforto dos investidores em relação à actual situação de Portugal.
Jeff Anderson enfatiza as "consideráveis reservas de caixa" que foram acumuladas pelo Tesouro português e os 12 mil milhões de euros em fundos que a ‘troika' ainda vai disponibilizar a Portugal até Junho de 2014, "o que dá tempo ao governo para consolidar o sentimento dos investidores".
Sobre a possibilidade de haver uma reestruturação da dívida portuguesa, o director do IFF importou as palavras dos credores oficiais de Portugal para afastar este cenário: "A troika tem deixado claro e repetido que isso não é necessário nem desejável".
PARA EVITAR SEGUNDO RESGATE ERA NECESSÁRIO TER UM GOVERNO CREDIVEL E GOVERNANTES SÉRIOS E COMPETENTES.
OS ESPECULADORES NÃO PERDOAM.
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, sigla inglesa), que representa os principais bancos mundiais e que negociou directamente com a Grécia e a ‘troika' a reestruturação da dívida helénica em 2012 em representação do sector privado, não acredita num ‘haircut' em Portugal.
Ao Económico, Jeff Anderson, director da instituição para os Assuntos Europeus, salienta, no entanto, que o acesso aos mercados no próximo ano será complicado perante os actuais níveis dos juros da dívida nacional. E é sobretudo aqui que se joga o segundo resgate a Lisboa, argumenta.
"A necessidade de mais apoio oficial a Portugal vai depender, claro, da restauração do acesso aos mercados. O acesso aos mercados será sempre complicado face aos actuais juros das obrigações. O regresso dos juros aos níveis a que estavam no início do ano, quando Portugal tinha capacidade para emitir obrigações, vai requerer a dissipação de qualquer incerteza política que ainda persiste na mente dos investidores depois da remodelação governamental em Julho", afirma Jeff Anderson. "Especialmente no que toca à determinação em manter uma forte implementação do programa face às decisões do Tribunal Constitucional", acrescentou.
Mas há outros factores que o responsável aponta para Portugal ser bem-sucedido no caminho que falta até ao regresso aos mercados: "Vai também depender em parte do desempenho da economia, podendo beneficiar de um cenário internacional mais favorável".
A percepção de risco da parte dos investidores em relação a Portugal continua a deteriorar-se, com os juros a subirem novamente hoje em quase todos os prazos. A ‘yield' das obrigações a 10 anos continua acima da fasquia psicológica dos 7% em mercado secundário, quando em Maio chegou a negociar nos 5,2%, o nível mais baixo observado desde que Portugal pediu ajuda.
Também o diferencial para a dívida da Irlanda, país ao qual Portugal estava a ser comparado no que toca ao sucesso do ajustamento, tem aumentado nas últimas sessões, sinalizando o desconforto dos investidores em relação à actual situação de Portugal.
Jeff Anderson enfatiza as "consideráveis reservas de caixa" que foram acumuladas pelo Tesouro português e os 12 mil milhões de euros em fundos que a ‘troika' ainda vai disponibilizar a Portugal até Junho de 2014, "o que dá tempo ao governo para consolidar o sentimento dos investidores".
Sobre a possibilidade de haver uma reestruturação da dívida portuguesa, o director do IFF importou as palavras dos credores oficiais de Portugal para afastar este cenário: "A troika tem deixado claro e repetido que isso não é necessário nem desejável".
PARA EVITAR SEGUNDO RESGATE ERA NECESSÁRIO TER UM GOVERNO CREDIVEL E GOVERNANTES SÉRIOS E COMPETENTES.
OS ESPECULADORES NÃO PERDOAM.
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