O clima económico até melhorou este mês e os juros a dez anos estão a baixar. O pior são os 73 mil milhões de que Portugal precisa até 2017
De um lado boas notícias, de outro um enorme balde de água fria. Em cima da mesa dos mercados estão, naturalmente, a dívida portuguesa e as necessidades de financiamento do Estado português até 2017. E, claro, a capacidade de pagamento das dívidas aos credores. Quinta-feira foi o Barclays a avisar os investidores de que Portugal vai mesmo precisar de reestruturar a sua dívida, isto é, de um perdão de dívida envolvendo os credores institucionais. E ontem apareceu o banco alemão Commerzbank a admitir um segundo resgate e a recomendar aos clientes que vendam dívida portuguesa logo que as condições de mercado forem mais favoráveis.
Juros baixam, confiança sobe Estas análises surgem num momento em que os juros da dívida portuguesa começam a descer no mercado secundário em todos os prazos, com os juros a dez anos nos 6,762%, algo que já não acontecia há 15 dias.
Ainda por cima, o indicador de clima económico e a confiança dos consumidores recuperaram em Setembro, depois de terem atingido mínimos da série em Dezembro, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Segundo o INE, o indicador de confiança dos consumidores (calculado através de inquéritos a particulares) melhorou em Setembro, alcançando os –45,3 pontos (dos –49 pontos observados em Agosto).
O indicador de clima económico (calculado através de inquéritos a empresas de vários sectores de actividade) recuperou igualmente para os –1,6 pontos (dos –1,9 pontos observados em Agosto). Nos últimos três meses, de acordo com o INE, observou-se um aumento dos indicadores de confiança em todos os sectores (indústria transformadora, construção e obras públicas, comércio e serviços).
A recuperação do indicador de confiança dos consumidores deveu-se, por sua vez, aos contributos positivos de todas as componentes, destacando-se as perspectivas sobre a evolução da situação económica do país nos próximos 12 meses.
Eurostat confirma A confirmação dos dados positivos do INE veio também de Bruxelas. O indicador de sentimento económico do Eurostat para Portugal melhorou em Setembro 1,7 pontos, mantendo-se, no entanto, abaixo da média dos países da União Europeia (UE), anunciou ontem a Comissão Europeia. Em Portugal, o indicador passou de 88,3 pontos em Agosto para 90,0 pontos em Setembro.
73 mil milhões até 2017 O Estado conta obter dos mercados 8,2 mil milhões de euros no próximo ano, valor que o Barclays, ao admitir um perdão de dívida, considera “pequeno e que é pouco provável que venha a ter um grande efeito”. O problema está na subida do rácio da dívida pública sobre o PIB, que o banco estima que se situe acima de 130% nos próximos anos. Aliadas a isto surgem as necessidades de financiamento de 73 mil milhões de euros do país até 2017, segundo as estimativas do banco britânico. Tendo em conta que um programa cautelar envolve um empréstimo da ordem dos 17 mil milhões por um ano, os dois bancos concluem que Portugal pode vir a ter não só um segundo resgate como um perdão de dívida.
JÁ SÃO MUITOS A DIZER O MESMO. PORTUGAL NÃO PODE CUMPRIR E NÃO VAI PAGAR A DIVIDA.VAMOS DEIXAR QUE ISTO APODREÇA?
ENTÃO DO QUE ESTÁ À ESPERA?
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