sábado, 2 de novembro de 2013

Álvaro, o ex-ministro, a ministro já!

Henrique Monteiro
Não há nada como ser ex-ministro para se ficar lúcido. Não quero com isto dizer que os ministros, enquanto ocupam os lugares, perdem o tino. Apenas que são rodeados de tantos problemas, tanta gente, tantos conselheiros, tantos pedidos e tanta burocracia que não conseguem organizar ideias.
Ora, o nosso Álvaro foi a uma conferência (organizada pela revista Exame) e disse algumas coisas sensatas. Tão sensatas que nos interrogamos como pôde ele aguentar tanto tempo num Governo que fez tão diferente. Álvaro criticou a austeridade cega dizendo que a insistência nestas políticas pode levar a ditaduras na Europa (distúrbios e autoritarismos já são uma realidade em vários países), disse que a dívida, para evitar essa austeridade cega deve ser reescalonada em 40 ou 50 anos (talvez um prazo longo de mais, mas quem sou eu para discutir com ele) e ainda que a prioridade nos próximos anos é reduzir a carga fiscal .
Ouvindo-o, eu exigiria: o Álvaro a ministro! Já! Mas, depois, lembro-me que ele já lá esteve. Pois é. Isto é tudo mais fácil quando não temos de pôr em prática, e em todo o país, as políticas que defendemos. Não o critico. Eu próprio faço algo parecido todos os dias.


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