terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A directora-geral do Fundo Monetário Internacional reconheceu que Portugal e Grécia deviam ter tido mais tempo para aplicar os respectivos programas de ajustamento.

Numa conferência em Bruxelas, Christine Lagarde admitiu o erro em relação aos efeitos da austeridade, a polémica em torno dos chamados multiplicadores automáticos, repetindo uma posição já assumida publicamente pela organização.

“Dissemo-lo porque é também uma questão de honra para o FMI reconhecer os seus erros quando eles são cometidos ou de reconhecer que alguns temas não foram suficientemente abordados e explorados a fundo”, assumiu.

No entanto, Lagarde disse que este “mea culpa” não faz o FMI mudar de posição e reitera que as recomendações em relação à substância dos programas de austeridade, nomeadamente em relação à Grécia, seria hoje exactamente a mesma.

Admitiu, contudo, que na Grécia e em Portugal foi implementada demasiada austeridade em pouco tempo. “Penso que o FMI não mudou de posição, mas foi o primeiro a dizer ‘atenção, é demasiada consolidação orçamental, demasiado depressa, é preciso dar tempo ao tempo’. E dissemos a mesma coisa tanto para a Grécia, como para Portugal, ou para Espanha, que não estava sob programa”.

Este ponto de vista nunca foi aceite pela Comissão Europeia, embora perante a derrapagem sucessiva das metas do défice Bruxelas tenha acabado por, em duas ocasiões, decidido dar mais um ano a Portugal para reduzir o défice.

TANTO TEMPO PARA RECONHECEREM OS ERROS?
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