Cidade que ensina ao homem os seus deveres cívicos e que lhe tributa direitos que não despreza de forma alguma, cidade extraordinária de consciência política no que de mais nobre tem essa palavra em ligação com o valor humano da pessoa integrada nas defesas da comuna. Cidade que é invicta e magna e que, ao mesmo tempo, não é sede de Governo central, é sem dúvida a riqueza de um mundo diferente que abre aos seus cidadãos. Em vez de uma consciência de politiquice, cria-se uma consciência de homem, cívica, livre, indócil à bajulice, à intriga, cidade de granito (...) (Ruben A.)
Verdadeira república urbana, como as suas congéneres da Flandres e da Itália, [e contudo] distinguia-se destas pelo profundo sentimento de comunhão com que compartilhava as aspirações e os riscos da pátria maior (...) Eis o Porto marinheiro, agreste e antifidalgo, cioso, até às últimas violências, das suas liberdades individuais e citadinas, mas zelozo dos interesses nacionais. (Jaime Cortesão).
Apesar dos seus pergaminhos históricos e da sua alma que teima em pulsar, o Porto tem vivido muito esquecido pelos poderes (mesmo por vezes os seus), marginalizado pelas globalizações, vendo-se até despovoado de alguns dos seus melhores.
Mas se Lisboa foi cabeça do Império, o Porto continua a ser o seu coração.
Um grupo de cidadãos do Porto, de vários quadrantes políticos e ramos de actividade, não por bairrismo ou paroquialismo, que reputam retrógrados e irracionais, mas porque acreditam num Portugal harmónico e descentralizado, fiéis à ideia de uma Europa unida, que pretendem aprofundar, em Liberdade, Igualdade e Justiça, apelam para que a conclusão do novo tratado europeu, a coroar a presidência portuguesa da União Europeia, venha a ter lugar no Porto, com uma cerimónia na Casa do Infante ou junto à sua estátua, simbolizando assim, além do mais, a especial projecção universalista (desde logo brasileira e africana) que a União alcançará durante esta presidência. E assim resultará o nome para o Tratado novo: Tratado do Porto
Pode ler esta petição aqui
Pode subscrever esta petição aqui
5 comentários:
Penso que a petição está aberta a todos os europeus.
Por isso aqui faço um apelo para o Porto saia vencedor desta disputa.
Uma nota se impõe: todos sabemos que se chamou tratado do Porto a um acordo de 2 de Maio de 1992
criando o chamado Espaço Económico Europeu (entrando em vigor a 1 de Janeiro de 1994). Tratava-se da livre circulação entre os Estados Comunitários e outros estados europeus, alguns dos quais aderiram depois ao clube europeu.
Mas quem se lembra deste tratado senão especialistas? E voltamos ao mesmo: este novo tratado tem uma outra dimensão. Tem que ter. Para não ser um novo "tratado do Porto", ainda que venha a ter outro nome.
Lisboa já tem a "Estratégia de Lisboa". Deixem o País respirar e dar-se a conhecer na sua diversidade. O eventual "Tratado do Porto", não será só do Porto-cidade, mas de toda a sua Região. Não vejo isto como uma disputa mas sim como uma afirmação do Norte, que bem precisa de se re-afirmar. As gentes do Norte têm que se envolver nesta petição. Não basta que nos lamuriemos, temos que mostrar/demonstrar o nosso querer e dizermos que ainda estamos vivos.
A opinião atenta e esclarecida de PFC é pertinente. Mas a Agenda de Lisboa, penso que é um tratado.
Em vez de tratado do Porto poderá chamar-se "TRATADO REFORMADOR DO PORTO".
A nossa vontade e querer é mais forte do que a terminologia.
A marca Porto tem de ficar na História da Europa.
Quanto ao Tratado de 1992 foi uma forma habilidosa,penso, de não avançar a PEC (Política Económica Comum" que os alemães não aceitavam e havia muitas reticências dos burocratas de Bruxelas. Fez-se um tratado para não funcionar.Avançou a moeda única cujo processo ainda não está encerrado.
Voltarei ao assunto.
Enviar um comentário