sábado, 18 de agosto de 2007

E NINGUÉM TEM VERGONHA?


Desleixo tomou conta da zona marginal
João Queiroz, Isabel Delgado, e Pedro Correia(jn)
De eléctrico, de carro ou a pé, todos os caminhos iam dar às praias da Foz, no Porto. Num passado distante, era o destino de férias de milhares de pessoas do Norte do país. A crescente poluição das águas do Douro, que se estendeu ao areal espesso típico da zona, afastou-as para bem longe. Sem a gente que lhes dava a vida, a marginal entre o Ourigo e o Castelo do Queijo ficou à mercê da degradação causada pelo tempo e pelas pessoas. O tempo corroeu o património daquela que é considerada uma das salas de visitas da cidade, mas os homens não têm sabido preservá-la, mesmo quando se pequenos pormenores se trata e mesmo quan do se aposta em ter bandeiras azuis em praias não recomendáveis. Hoje, afalta de manutenção de equipamentos, de limpeza e de outros cuidados faz da marginal sinónimo de desleixo.São muitos os que enchem o longo passeio que acompanha a frente marítima portuense. De bicicleta, de skate, de patins ou a pé, a paisagem amparada pelo mar é um convite para um dia bem passado. Mas de olhos bem abertos, tal é o abandono a que tem sido votado o varandim que serve de parapeito para o mar, na Avenida Brasil.Os balaústres (os pilares que suportam o varandim) vão caindo ao sabor do vento e por falta de atenção camarária, abrindo buracos que se tornam em porta aberta à curiosidade das crianças que ali brincam. "Temos que estar sempre de olhos bem abertos, não podemos tirar os olhos deles nem um segundo", afirma Odete Fernandes, que é frequentadora assídua do passadiço.Na zona pedonal junto à Praia de Gondarém, por exemplo, uma parte do varandim ruiu por completo pelo menos há dois dias. Ontem, cerca das 16 horas, altura em que o JN visitou o local, não havia qualquer sinalização nem aviso de reconstrução. Duas horas depois, no entanto, foram colocadas barreiras de protecção. Presume-se que pelos serviços camarários, até então alheios aos perigos."Este passadiço envergonha o Porto, quando comparado com o da marginal de Gaia. Isto é o degredo", considera o morador Joaquim Teixeira. "Às vezes fazem uns remendos no varandim, mas isto precisa de uma recuperação total", diz, apontando para um local reservado ao estacionamento de bicicletas, mesmo junto a um grande contentor do lixo, entre as praias do Ourigo e dos Ingleses. "Acha que as pessoas vão pôr as bicicletas ali?", questiona.À degradação daquilo que é o património (ainda) vivo junta-se o esquecimento a que são votados os jardins, alguns deles com um cheiro nauseabundo que denuncia a falta de sanitários na zona. "É uma pena deixarem isto assim", diz Inês Santos, que ainda se recorda do tempo em que a Foz "era o sítio mais belo do Porto".

O PORTO É PRIMEIRO:

- no abandono escolar.
- na tuberculose.
- na poluição ambiental.
- no desemprego.
- em falências.
- na degradação urbanistica.
- no abandono de zonas verdes.
- na perda de água na rede.
- na demografia.

E sou eu que sou pessimista?
Por onde andam os políticos? E o 1º. responsável autárquico Dr. Rui Rio que só tem dinheiro para os automóveis e aviões? E a oposição continua calada e amorfa?
Será que o lider do PS continua a defender "O momento de Ouro" e o "Tsumani de investimentos"? Será que vai continuar sem projecto e sem propostas?
Acordem meus senhores, que a situação é grave.

Carlos Pinto

1 comentário:

R. da Cunha disse...

Sendo certo que a zona rio/mar deveria ser privilegiada pela sua beleza natural, o abandono, o lixo e a degradação ambiental e do construido são uma constante da cidade. Para onde quer que vamos só encontramos lixo, prédios em ruínas ou entaipados, buracos nos passeios, tampas de saneamento desniveladas, canos de abastecimento de água rebentados, lages das ruas e passeios partidos a acrescer às obras de Santa Engrácia na Baixa . A Câmara deverá ter poupado muito nos subsídio-dependentes. Essa poupança foi para onde? Para as corridas dos calhambeques que provocou mais lixo na zona e que ainda há poucos dias por lá estava em repouso?