SEMPRE QUE ME SEJA POSSÍVEL VOU TRANSCREVER ALGUMAS PASSAGENS DO LIVRO "NÓS PODEMOS" DE JACQUES GÉNÉREUX EX- MILITANTES DO PS FRANCÊS E FUNDADOR DA FRENTE DE ESQUERDA. Professor no prestigiado Instituto de Estudos Políticos de Paris, economista reconhecido pelos seus manuais de economia política.
"Na Europa a esquerda demorou décadas a munir-se de ferramentas políticas para inaugurar outro caminho para a História. O que resta desta ambição à partida tão progressiasta? Os sociais-democratas, transformados em sociais-liberais, acompanharam inicialmente a expansão do capitalismo tóxico do nosso tempo. Depois, anteciparam-se, organizando eles próprios o desmantelamento do Estado solidário, para cuja construção haviam contribuido. Esta lógica de submissãonão conhece limites. Na Grécia, George Papandreou, presidente da Internacional Socialista, e primeiro-ministro, sem opor um minuto de resistência, vergou-se diante da banca, do Fundo Monetário Internacionale da Comissão Europeia. O encorajamento de todos os seus camaradas, tanto em França, como no resto da Europa, constituiu uma declaração de principios e um sinal enviado aos poderosos. No momento certo, se for caso disso, também eles beijarão amão que fustigará os seus POVOS.
A rendição incondicional da Grécia, face ao assaçto da banca, reproduziu a dos deputados social-democratas que votaram os créditos de guerra, tornando possível o massacre da Primeira Guerra mundial. Papandreou entregou o seu POVO a um verdadeiro exército de ocupação que definiu o destino do País. Da pior maneira possível.
Ao ceder, sem combater, encorajou os predadores, a atacarem outros países. A União Europeia, que deveria ser a solução, tornou-se o problema. É dela que parte a mecânica odiosa que sujeita os POVOS aos financiamentos mais gananciosos. O arsenal de sansºões e dos controlos, a partir de então previsto contra os recalcitrantes, ou os menos zelosos, sublinha o carater autoritáriodesta nova fase da construção europeia. É urgente virar a páginna."
Do prefácio à edição francesa "DAR VOZ AO POVO" de Jean-Luc Mélenchon ex-PS francês.
João Ferreira do Amaral diz:
"Uma critica lúcida do processo europeu de integração económica e monetária e uma contribuição muito valiosa para o debate cada vez mais intenso e alargado, que vai fazendo o seu caminho, sobre a sustentabilidade da zona euro e a refundação da União Europeia".
Sem comentários:
Enviar um comentário