As yields das obrigações do Tesouro português (OT) no prazo a dez anos subiram no mercado secundário da dívida de 6,43% no fecho de sexta-feira para 6,83% no fecho de hoje, segundo dados da datosmacro.com. O valor de fecho hoje registado aproximou-se do máximo deste ano verificado a 1 de janeiro com as yields em 6,98%. Foi a segunda maior subida de hoje no mercado secundário, depois do aumento das yields das obrigações gregas reestruturadas naquela maturidade de 11,31% na sexta-feira para 11,74% no fecho de hoje.
O prémio de risco da dívida portuguesa passou hoje o limiar dos 5 pontos percentuais, o que já não acontecia desde 17 de abril. No caso da dívida grega aproximou-se dos 10 pontos percentuais, tendo fechado em 9,93 pontos percentuais, o que já não acontecia desde meados 29 de abril. Este prémio representa o diferencial, no prazo a dez anos, entre o custo do financiamento da dívida portuguesa ou grega - nos casos referidos - e o da dívida alemã. A subida do prémio de risco nestes dois casos coloca em risco os planos de regresso sustentado ao mercado obrigacionista por parte destes dois países ainda resgatados pela troika. No caso português a aproximação
O movimento de subida das yields dos títulos a dez anos foi generalizado entre os países periféricos da zona euro, com exceção da Eslovénia (cuja yield desceu ligeiramente), e abrangeu, também, as principais economias desenvolvidas do mundo.
As yields das obrigações espanholas a dez anos regressaram ao limiar dos 5%, tendo fechado em 5,09%, o que já não se registava desde o final de março. As yields das OT a dez anos ultrapassaram as registadas para as obrigações eslovenas - estas últimas fecharam em 6,66%, enquanto as primeiras fecharam em 6,83%. A terceira maior subida do dia registou-se nas yields dos títulos do Departamento do Tesouro italiano, que subiram de 4,61% no fecho de sexta-feira para 4,86% no fecho de hoje.
No caso das principais economias do mundo, as yields das obrigações emitidas pela Agence France Trésor a dez anos subiram de 2,33% no fecho de sexta-feira para 2,46% no fecho de hoje e os títulos do Tesouro norte-americano naquela maturidade subiram de 2,5% para 2,62% no mesmo período. As yields das obrigações alemãs - designadas como Bunds - subiram de 1,73% para 1,82% no mesmo período.
No caso dos bilhetes do Tesouro português (BT) a seis meses verificou-se hoje a terceira maior subida diária de yields em valores de fecho de 2013 nesse prazo. As yields nessa maturidade de curto prazo subiram de 1,065% no fecho de sexta-feira para 1,572%, no fecho de hoje, tendo chegado a estar acima de 1,6%. Recorde-se que a 3 de junho, as yields dos BT a seis meses tinham descido para um mínimo do ano em 1,007%.
Além de razões endógenas específicas a cada país - por exemplo, risco de nova crise política na Grécia, com o enfraquecimento da coligação governamental, e probabilidade de nova alteração sucessiva de metas de défice orçamental para Portugal -, a volatilidade global nos mercados financeiros da zona euro e nas economias desenvolvidas advém do efeito do preanuncio na semana passada de um plano de abrandamento e depois descontinuação da política de "alívio quantitativo" por parte da Reserva Federal norte-americana para além da incerteza sobre a situação financeira na China
JÁ NEM UM MILAGRE SAFA ESTE DESGOVERNO.
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