Num artigo a que deu o título de “O Governo não é burro”, Baptista-Bastos agarra nas palavras do número dois do Governo, Paulo Portas, relativamente à manifestação da CGTP, segundo as quais «os pobres não se manifestam nem vão à televisão», para afirmar que, «como sabemos que o presidente do CDS-PP não é tolo, inclinamo-nos para a triste e dura hipótese de que ensandeceu».
De resto e sobre a manifestação na Ponte 25 de Abril, o escritor defende que a proibição dos manifestantes passarem a ponte a pé constituiu uma afronta à democracia, e que «a desorientação dos habituais panegiristas do Governo, que procuram minimizar a importância do acontecimento, não obstou a que ele tivesse a monta desejada».
«No meio desta baderna, entre a asnada, a incompetência, a sobranceira desesperada dos que naufragam, o dr. Cavaco, no estrangeiro, assevera que não vai levantar pendências ao Tribunal Constitucional sobre as evidentes inconstitucionalidades do Orçamento”, continua Baptista-Bastos.
De resto e relativamente ao Presidente da República, o escritor acusa-o de não o saber ser, de mortificar o sentido da dignidade em virtude da «indiferença actuante», «fazendo pender o prato da balança para um só lado».
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